Os empresários que participaram da missão empresarial à China, liderada pela Federação das Indústrias (FIESC), realizaram negociações para serem concretizadas nos próximos meses de cerca de US$ 10 milhões. O grupo, integrado por 47 empresários de sete estados, participou da Feira de Cantão — o principal evento de negócios do país asiático, realizado em Guangzhou, ao sul do país. Paralelo à feira, os empresários executaram um plano de visitas técnicas, com o intuito de interagir com novas tecnologias, especialmente no campo da eletrificação. A missão se encerrou neste final de semana.
“A participação na feira proporcionou inúmeras conexões com indústrias altamente avançadas tecnologicamente, networking empresarial e ampliou nosso conhecimento sobre o atual estágio da economia e da indústria chinesa. Participar de missões é, sem dúvida, um dos meios mais eficientes para uma indústria se internacionalizar”, afirmou o vice-presidente regional da Federação e líder da missão, José Carlos Sprícigo.
Adelar Pastore, da Metalúrgica Áluz, de Abelardo Luz, destacou as inúmeras oportunidades de negócios identificadas durante a missão e a busca incessante dos chineses por novas tecnologias e a quantidade de engenheiros que cada empresa tem para desenvolver novos produtos, o que resulta no registro de novas patentes.
Sprícigo ressaltou o salto que a indústria de eletrificação chinesa deu em pouco tempo, os investimentos em novas tecnologias e a multiplicação em registros de patentes. “A eletrificação está muito presente no dia a dia, no uso de carros, motos e ônibus, por exemplo. Eles avançaram muito. O processo de automação das empresas é gigantesco, com foco no aumento da eficiência e sempre de olho na redução de custos”, disse, destacando que uma das empresas visitadas tem 28 mil patentes registradas. “Realizamos visitas técnicas a companhias de classe mundial”, completou.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destaca que uma das bandeiras da entidade é aumentar a internacionalização da indústria catarinense. “As missões têm como foco a realização de negócios que possibilitam ao industrial ter contato direto com novos mercados, identificar nichos de atuação, verificar o grau de desenvolvimento tecnológico de fornecedores e concorrentes, além de ampliar a sua visão de oportunidades oferecidas em dimensão mundial”, afirma.
Outra experiência marcante para a delegação foi a visita à fábrica de carros voadores EHang, onde conheceram o veículo com autonomia de voo. “Assim como tem as rotas para avião, tem as rotas para os carros voadores, que têm autonomia de 300 km e voam a uma velocidade de 130 km/h”, conta Sprícigo.
Foram visitadas, entre outras indústrias, a Saite Intelligence, especializada em robôs autônomos para uso em hospitais e limpeza urbana; a Guangdong-Hong Kong-Macao GBA Innovation Entrepreneurship and Creation Zone, incubadora para micro e pequenas empresas ligadas a áreas como semicondutores, metalmecânico e drones; o Laticínios Yantang Dairy. O grupo também realizou visitas ao Governo do Distrito de Huangpu, região que concentra clusters industriais de segmentos como o automobilístico, energia verde, novos materiais, saúde e beleza.
A gerente-executiva do Sindimetal Maringá, Aline Stocco, destacou que a participação na missão deixou um excelente resultado, tendo se surpreendido com a disciplina, a organização, o foco, a seriedade e a produtividade dos chineses. “Eles são verdadeiros exemplos a serem seguidos nesses quesitos. O trabalho é extremamente importante para eles. A rapidez em se reinventar e a inovação constante nos fazem refletir e entender por que estão no patamar de industrialização que estão”, declarou.
Os participantes reconheceram como um ponto altamente positivo a oportunidade de convívio entre culturas de vários estados brasileiros, colaborando com o estreitamento de relacionamento pessoal, inclusive tendo gerado negócios entre alguns participantes e inspiração de slogans e outros resultantes do convívio amigável.