Em sessão solene realizada na noite de quarta-feira (23), no Plenário Nereu Ramos da Câmara de Lages, Alzira da Silva, a Tia Bira, recebeu homenagem póstuma pelo seu legado de amor ao próximo. O ato atendeu ao Projeto de Decreto Legislativo 001/2022, de autoria do vereador Bruno Hartmann (PSL), aprovado por unanimidade pelos demais parlamentares da Casa. Durante o evento, a trajetória da homenageada foi lembrada nos discursos dos convidados e nos depoimentos de amigos e familiares em um audiovisual produzido pela TV Câmara.
Fizeram parte da mesa dos trabalhos a representante do Poder Executivo de Lages, Marli Nacif, secretária municipal de Políticas para Mulher; subtenente da Polícia Militar, Mauro de Oliveira Mores Filho; aspirante à oficial do Exército, Diogo Machado Lourenço da Silva; coronel Ariovaldo Da Silva Pacheco, comandante do Corpo de Bombeiros da 2ª região de Lages; e Rafael Silva, vigilante do Poder Legislativo e filho adotivo da Tia Bira.
Marli Nacif lembrou dos tempos em que foi diretora do Colégio Estadual Lúcia Fernandes Lopes, onde conheceu muitos dos filhos adotivos de Alzira da Silva. “Convivi com várias dessas crianças, amadas e protegidas pelo amor dela. Teríamos que ter tido um milhão de Tias Bira no mundo pelo amor que demonstrou ao longo dos anos em prol de crianças abandonadas e órfãs. Queria que ela estivesse sendo homenageada em vida, mas sei que onde ela estiver, está ouvindo a nossa voz”, disse a secretária.
O grande exemplo dado por ela foi de não fazer distinção, segundo Ariovaldo Pacheco. “Uma mulher negra que adotou filhos negros, brancos, pardos; diferente do que a maioria faz, ela não separou por cor ou raça, ela simplesmente amou. Há mães que não criam nem os seus próprios filhos, imagine criar os dos outros, por isso eu sei que a Tia Bira está no céu”, comentou o militar.
A base da fala de Rafael da Silva foi a gratidão pelos ensinamentos dela e a participação dos irmãos uns na vida dos outros. “Ela sempre ensinou os mais velhos a cuidarem do mais novos, de certa forma, esses irmãos e irmãs adotivos se tornaram pai e mãe para cada um de nós, ela foi uma pessoa extraordinária, só tenho a agradecer por ela ter existido na nossa história”.
O vereador proponente da homenagem descreveu seu sentimento. “Uma honra prestar esta homenagem! Uma mulher negra, pobre, que serviu de exemplo para toda a sociedade, espalhando luz e se doando por aqueles que ela adotava. Merecia uma estátua”, finalizou Bruno Hartmann. Acompanhe a íntegra da sessão solene.
Por Alex Branco – Jornalista