Museu Histórico Thiago de Castro: Exposição marca o ano do centenário da Catedral Diocesana de Lages

Por Luiz Del Moura

Em exibição desde a última segunda-feira (3 de janeiro) no Museu Histórico Thiago de Castro (MHTC), a exposição documental com conteúdo histórico sobre o centenário da Catedral Diocesana de Lages apresenta curiosidades sobre um dos maiores símbolos culturais, arquitetônicos e religiosos da cidade. São fotografias originais dos anos 1910, anos 20, 30, 40, artigos jornalísticos, postais e outros documentos do acervo do MHTC que podem ser apreciadas até março deste ano.

Segundo o superintendente da Fundação Cultural de Lages (FCL), Giba Ronconi, a exposição objetiva o resgate histórico da Catedral Diocesana em muitos atributos. “Não se trata apenas de uma homenagem ao nosso maior símbolo, mas a documentação apresentada pela equipe do MHTC conta a história da Catedral desde o início da sua construção em julho de 1912 com a preparação do terreno sob a liderança do Frei Gabriel Zimmer, o responsável pela Catedral se tornar realidade, e a participação das pessoas nesse grande processo histórico de Lages”.

A exposição “Centenário Catedral Diocesana de Lages” estará disponível no MHTC até março deste ano. Os horários para visitação são:

Segundas-feiras: das 14h às 17h;

De terça a sexta-feira: das 9h às 12h e das 14h às 17h.

A linha do tempo da Catedral Diocesana de Lages:

1907 – Criação de uma comissão para angariar fundos para a construção. A comissão foi formada por: Frei André Noirhomme, Victor Alves de Brito, Vidal Ramos Netto, Carlos Schmidt Júnior, Belisário Ramos, José Domingues de Arruda, Henrique Ramos Júnior, Vicente Gamborgi e Antonio Ribeiro dos Santos;

1912 – Criação de uma nova comissão liderada pelo vigário Frei Gabriel Zimmer. Comissão formada por: Belisário e Emiliano Ramos, Hortêncio Rosa Rath, Ernesto Neves, João Rosa, Manoel Ramos, José de Britto, Dorval Ramos, José de Mello Cézar e Indalécio Arruda. Frei Gabriel passava de fazenda em fazenda coletando as doações para a construção da igreja;

1912 – Sete projetos foram enviados para comissão, e o de Augusto Scheiddgen, de Bonn, Alemanha foi o escolhido;

1913 – Santa Missa e, 23 de janeiro com o lançamento da Pedra Fundamental;

1914 – Em 31 de maio, uma urna de vidro foi fixada atrás do altar-mor contendo documentos em latim, no local há a gravação “Glória a Padroeira de Lages N. Sra. Dos Prazeres 1914”;

1919 – Colocação das cruzes nas torres;

1920 – Em 24 de dezembro ocorreu o batismo dos sinos. O maior deles chama-se Cristo Salvador, doado por Oscar de Britto e Alice Wendhausen, o médio é chamado de Santa Maria, doado por Basilissa Antunes Alvez de Britto, e o sino menor batizado de São Francisco, doado por Julinha Ramos;

1920 – Contratado o pintor F.G. Lobe para as pinturas na Catedral: reprodução de quadros de Rafaelli (A Transfiguração) e de Murilo (A Sagrada Família);

1921 – Frei Gabriel Zimmer declara terminada a construção da Matriz;

1922 – Em 1º de janeiro foi realizada a consagração da nova Matriz pelo Bispo de Florianópolis, Dom Joaquim Domingues de Oliveira, logo após, o Frei Gabriel Zimmer viajaria para Alemanha para encomendar o altar-mor e outros objetos;

1929 – Instalação da Diocese de Lages, a Igreja Matriz foi elevada à categoria de Catedral, tendo como primeiro Bispo, Dom Daniel Hostin;

1940 – Colocação do novo piso, mudança do púlpito e aumento do presbitério;

1946/47 – Campanha para aquisição dos vitrais originários de Porto Alegre da Casa Eduardo Penker e Casa Genta;

1948 – Inaugurado o Salão Paroquial;

1950 – Instalação do sistema de som Philips e inaugurados na noite de natal daquele ano;

1959 – Em 4 de outubro inicia-se a campanha para aquisição de um novo órgão;

1960 – Ato de inauguração do novo órgão em 26 de maio. O instrumento foi fabricado por Órgãos e Harmônios Bohn, de Edmundo Bohn da cidade de Novo Hamburgo-RS. Na época era considerado o maior instrumento harmônico de Santa Catarina;

1969 – Instalação de novos equipamentos elétricos para os toques dos sinos;

1976 – Nova pintura interna e dos quadros, desta vez realizadas pelo pintor Nelson Johan Klinger;

1990 – Em 5 de abril foi promulgada Lei Orgânica do Município de Lages, artigo 200, que declara a Catedral Diocesana patrimônio cultural lageano e também o Mercado Público, Colégio Vidal Ramos, entre outros locais;

1995 – Restauro externo da Catedral pela Comissão Pró-restauração Catedral Diocesana que compreendeu a lavação externa, rejunte das pedras, pintura do telhado, reparo das calhas, troca das telas dos vitrais;

1997 – Fundada a Associação Prol Restauração Catedral (APRORESC). Em dezembro daquele ano o projeto de restauração foi enviado pela comissão para Fundação Catarinense de Cultura;

2002 – Ano de conclusão do restauro interno.

Revitalização no Largo da Catedral

Ainda segundo Giba, obras de revitalização para o Largo da Catedral estão planejadas. “Um projeto já foi enviado para análise na Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e compreenderá a troca da rampa da acessibilidade, a mudança do piso do Largo, substituição da iluminação e os canteiros das floreiras. Pelas informações do secretário João Alberto Duarte (Secretaria de Planejamento e Obras), assim que o projeto for aprovado, a conclusão da obra poderá ocorrer em torno de 30 dias. Lembrando que toda essa ação respeita as normas para um local tombado e caracterizado como patrimônio cultural”, afirma o superintendente.

Texto: Fabrício Furtado

Fotos: Acervo Museu Histórico Thiago de Castro (MHTC) e Fabrício Furtado.

Fontes: Kátia Borges Hillmann, Diocese de Lages e Ernani Luiz Vieira.

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