No dia 1º de abril, realiza-se em Lages, no calçadão central, o Festival da Colheita do Pinhão, evento promovido e organizado pela Prefeitura, com a coordenação da secretaria de Desenvolvimento e Turismo e com a parceria da Epagri.
Em 1º de abril, inicia-se, oficialmente, a colheita do pinhão, conforme determina a legislação ambiental, e, portanto, será marcado, simbolicamente, pela debulhada da primeira pinha, feita pelo prefeito de Lages em exercício, Juliano Polese.
A debulhada da primeira pinha ocorrerá na Fazenda de Turismo Rural Boqueirão, a sete quilômetros de distância do local da realização das atividades artístico-culturais do Festival da Colheita do Pinhão.
Para a safra 2023, espera-se uma colheita com sementes de boa qualidade, porém em menor quantidade do que foi colhido em 2022. No geral, estima-se que na região da Amures, formada por 18 municípios, a safra do pinhão será em torno de 50% menor neste ano, comparado ao que foi colhido em 2002.
Mas como é uma estimativa, as coisas poderão ser diferentes, a exemplo do que ocorreu ano passado quando colheu-se, na região da Amures, em torno de 8 mil toneladas, diante de uma previsão de colheita entre 6 a 7 mil toneladas.
O extensionista da Epagri César Alessandro Oliveira de Arruda, que atua na estação do município de Painel (capital catarinense do pinhão), limítrofe à Lages, explica que o pinhão é influenciado diretamente por questões climáticas diferenciadas, variando de área por área, bem como de região por região.
“A diferença de colheita, levando-se em conta a área ou região, deve-se à questão de microclima. Neste ano, por exemplo, constata-se que têm áreas de municípios da Amures onde a estimativa para a atual safra é de 50, 60 e até 70% menor do que a de 2022. Isto não é o caso de Painel, onde estima-se que a nova colheita alcance ao menos 1.8 mil toneladas (pouco abaixo da safra 2022 que foi de 2.4 mil toneladas)”, disse Cesar de Arruda.
O técnico explica que o pinhão leva de 24 a 30 meses para se desenvolver e amadurecer. E nesse tempo, fenômenos climáticos tais como vendavais ou prolongadas estiagens podem interferir na produção da semente.
Texto: Iran Rosa de Moraes
Fotos: Ary Barbosa de Jesus Filho (Arquivo de 2022)