O perfil agrobiotecnológico da Serra Catarinense há muito deixou de ser uma aposta para afirmar-se como uma realidade cada vez mais forte e promissora. Com instituições que há décadas buscam soluções inovadoras, especialmente para o agronegócio, a região atrai a atenção de estudiosos e investidores interessados em explorar este potencial ainda jovem, mas já bastante consolidado.
Em reunião da diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages, na última terça-feira, dia 23 de setembro, o presidente do Instituto Orion, Thiago Mazuhy; e o diretor executivo do Orion Parque Tecnológico, Claiton Camargo; apresentaram números e informações sobre a entidade.
A exemplo do que fizeram na Associação Empresarial de Lages (Acil), em agosto, eles destacaram o retorno do Orion aos cofres públicos e à sociedade de Lages em nove anos de operação. Anualmente, as empresas ligadas ao Orion faturam mais de R$ 200 milhões e recolhem R$ 5,5 milhões só em Imposto Sobre Serviços (ISS), valor correspondente a um mês de arrecadação do Município com esta fonte. Atualmente, o Orion tem 49 empresas vinculadas, sendo 31 virtuais e 18 residentes.
Na apresentação à diretoria da CDL, na última terça-feira, muito mais do que lembrar e reforçar os números acima, Thiago Mazuhy e Claiton Camargo destacaram as informações sobre o segmento de biotecnologia, impulsionado, principalmente, por instituições de ensino e pesquisa existentes em Lages, como o Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/Udesc) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Em 52 anos de história, o CAV formou até hoje nada menos que 1,3 mil mestres e 350 doutores. Já a Estação Experimental de Lages, mais antiga unidade da Epagri no Estado, com 113 anos, é referência internacional em linhas de pesquisa que incluem a biotecnologia.
Empresas incubadas no Orion desenvolvem soluções, conquistam prêmios e atraem clientes
Atualmente, seis empresas de agrobiotecnologia estão incubadas no Centro de Inovação do Orion Parque Tecnológico, e todas já têm vitórias a comemorar, como a atração de clientes até mesmo em outros países e a conquista de prêmios, reconhecimento e investimentos.
“Em quase dez anos, convertemos aquilo que existe há seis décadas na academia. É um potencial de pesquisa, de doutores, de inteligência, de conhecimento e de tecnologia, que está lá dentro da universidade, mas que dificilmente a gente conseguia ver aplicado a negócios. Hoje, podemos ter esta realidade como potencial de futuro para o desenvolvimento da economia da nossa região”, disse, aos empresários de Lages, o diretor executivo do Orion, Claiton Camargo.
“É um motivo de grande orgulho, porque são empresas lageanas, de altíssima tecnologia, instalando suas sedes no nosso parque tecnológico”, completou o presidente do Instituto Orion, Thiago Mazuhy.
“Eu conheço o trabalho do Orion, que é fantástico e desenvolve muito a nossa cidade”, concluiu o presidente da CDL Lages, Célio Antunes Bueno.
Texto e fotos: Pablo Gomes, jornalista