A colheita do trigo, na região da Coxilha Rica, está em plena atividade, neste mês dezembro de 2021. Colhe-se agora a semente semeada nos meses de julho e agosto, resultando em uma safra de 60 sacos, em média, por hectare de lavoura.
Na Coxilha Rica, a totalidade da lavoura cultivada com este cereal gira em torno de 500 hectares, com perspectivas de aumento significativo nas próximas safras, pois o resultado altamente positivo na atual safra, em termos de produção e produtividade, serve de incentivo e alento aos produtores rurais.
Nesta semana, o secretário municipal de Agricultura e Pesca, da Prefeitura, Thiago Cordeiro, acompanhou a colheita, na lavoura de José Carlos Sell, onde também esteve presente o agropecuarista Geraldo Vieira, um dos maiores plantadores de milho, soja, feijão e pastagens, na Coxilha Rica.
Além de acompanhar a colheita do trigo, Thiago Cordeiro também fez uma vistoria geral em trechos de estradas vicinais que cortam vastas áreas de plantio e de criação de gado. A Prefeitura de Lages tem feito melhorias, bem como a manutenção geral nas estradas da região. “Em nome do prefeito Antonio Ceron, estamos aqui para ver as demandas da região, ver o que precisa ser melhorado para o escoamento da safra, em apoio aos produtores rurais que apostam no agronegócio”, falou o secretário.
Já transcorrido pouco mais de uma década do cultivo comercial do trigo na Coxilha Rica, agora na safra 2021, somente a Copercampos estima o recebimento de 30 mil sacos (60kg) de trigo. Produção obtida por agricultores associados e não associados à cooperativa.
O engenheiro agrônomo da Copercampos, Emanuel Matos, diz que a produtividade média alcançada, nesta safra, pelos agricultores, é de 60 sacos por hectare, porém há casos de lavouras que alcançaram produtividade acima de 75 sacos por hectare.
Este, por exemplo, foi o resultado obtido em lavouras do produtor rural José Carlos Sell. Ele plantou cerca de 180 hectares com o trigo, e já colheu praticamente toda a produção. Por sua vez, calcula-se que ainda falte colher cerca de 60% do total de trigo plantado, no inverno, na Coxilha Rica.
Plantio de Trigo tem perspectiva de aumento de área plantada
Comparando-se a área plantada com cereais de cultivo de verão, como o feijão com cerca de 1.000 hectares de lavouras, o milho que possui 2.100 hectares de lavouras e a soja com aproximadamente 6.000 hectares, o cultivo do trigo (500 hectares) ainda é de menor expressão produtiva, na Coxilha Rica. Mas isso se deve, basicamente, a três fatores, segundo avaliações feitas tanto pelo engenheiro agrônomo da Copercampos Emanuel Matos, como pelo presidente da Cooperplan, Arnaldo Moraes. A tradição pecuarista de plantio de aveia e azevém, pastagens de inverno, para a alimentação do rebanho bovino, principalmente, é um desses fatores. Leva-se em conta também, a rentabilidade obtida com o trigo (com variação a cada nova safra), o que tem provocado incertezas ao produtor rural. E por fim o atraso no plantio da soja, por exemplo, causado pelo cultivo do trigo, ou seja, plantar soja sobre a palhada do trigo (sistema de plantio direto que é bem mais rentável e com menor custo de produção), necessariamente, terá de ser feito mais tarde. Outro fator de retardo no aumento de novas lavouras de trigo se dá em relação ao fato de que plantar milho na palhada do trigo é inviável, pois este cereal precisa ser semeado entre o final do mês de setembro e no decorrer de outubro.
“Porém, ressalta-se que plantar trigo é uma alternativa viável e com boa lucratividade (muito embora tenha havido oscilação de preço de mercado), para produtores rurais que têm, vamos dizer assim, priorizado o cultivo deste cereal, na Coxilha Rica”, fala Emanuel Matos.
Neste ano, o preço de comercialização da saca de trigo se apresenta compensador (acima de 80 reais). Assim, o aumento da área plantada com trigo é apenas uma questão de se priorizar este cultivo.
Texto: Iran Rosa de Moraes
Fotos: Ary Barbosa de Jesus, Toninho Vieira e Iran Rosa de Moraes