Os cerca de 430 alunos da Escola Municipal de Educação Básica Prof.º Antônio Joaquim Henriques, de Lages, irão aprender, de forma lúdica, sobre o que é violência sexual e como se proteger desse tipo de agressão. A unidade recebeu as cartilhas “Os Super Adultos de Confiança” e cartazes elaborados pela Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (CEIJ), do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
O material, que apresenta conceitos, exemplos de casos, práticas e medidas de prevenção, legislação e orientações sobre como agir em situações de assédio, não será apenas entregue aos alunos. Os professores devem abordar o tema em atividades individuais e coletivas na sala de aula.
Para a diretora Rosana Aparecida Marcon, a parceria entre escola e Judiciário alarga o conhecimento e possibilita um olhar diferenciado para o assunto. “O conteúdo das cartilhas é um alerta importante para as crianças, adolescentes e suas famílias porque vai orientar como devem se proteger e, especialmente, a quem recorrer nesse tipo de situação”.
Neste sentido, a oficiala de justiça Alexsandra de Oliveira Nassiff Bineck reforça a importância de crianças e adolescentes identificarem um adulto de confiança para quem relatar essas possíveis situações de abuso. “Tem que partir delas esse reconhecimento em quem confiar. Assim, os casos podem se tornar conhecidos e chegarem com mais rapidez às autoridades competentes”.
A servidora também está na escola como estagiária do curso de Música. Essa experiência, aliada a atuação de 18 anos na Justiça, que a fez vivenciar e conhecer diversas situações de violência doméstica contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos, a motivou levar a campanha para unidade. “Vejo que falta orientação e informação às pessoas sobre como proceder quando há essas violências. Como posso fazer? Para quem denunciar? Qual canal é o mais efetivo? Essas são perguntas que poucas pessoas sabem as respostas”, avalia.
Aos alunos e professores, Alexsandra enfatiza que as denúncias de abuso e exploração sexual infantil podem ser feitas por qualquer pessoa pelo Disque 100. “Se souber, denuncie. Não é preciso ter crédito no telefone e nem se identificar. O relato pode ser anônimo. Importante é não se calar”, conclui.
Taina Borges – NCI/TJSC Serra e Meio-Oeste