Lages inicia plano de manutenção e restauração de seus monumentos históricos

Por Luiz Del Moura

Fundação Cultural realiza levantamento completo com o objetivo de valorizar a memória e a identidade cultural da cidade

A Fundação Cultural de Lages (FCL) concluiu recentemente um amplo levantamento sobre o estado de conservação dos monumentos espalhados pela cidade. A iniciativa catalogou cada obra e analisou sua situação estrutural e estética, em um trabalho conduzido com rigor técnico e acompanhado de perto pelos responsáveis patrimoniais da FCL.

Segundo a superintendente da FCL, Carla Zonatto, o objetivo é garantir a preservação e recuperação dos monumentos, muitos deles sem manutenção há anos. “Estamos seguindo uma orientação da prefeita Carmen Zanotto, que pediu atenção especial a esta área tão importante. A memória e a identidade cultural de Lages passam pelo cuidado com seus marcos históricos”, destacou.

A primeira intervenção ocorreu no monumento Boi de Botas, símbolo do heroísmo lageano na Revolução Farroupilha, que recebeu manutenção pela equipe de Serviços Públicos da Prefeitura. Outras obras também vão passar por revitalização, conforme o cronograma da FCL.

O que é um monumento?

De forma técnica e abrangente, um monumento pode ser definido como construção, estrutura ou obra artística erguida com valor histórico, cultural, artístico ou simbólico, destinada a perpetuar a memória de pessoas, acontecimentos, ideias e tradições.

Monumentos de Lages e seus significados

Boi de Botas (2003) – Av. Caldas Júnior, Bairro Santa Helena. Homenagem à bravura dos soldados lageanos na Revolução Farroupilha.

Tropeiros (2003) – Av. Luiz de Camões, Bairro Conta Dinheiro. Representa os condutores de tropas que cruzavam o Planalto Serrano.

Imigrantes (2002) – Av. Dom Pedro II, Bairro Coral. Celebra as famílias pioneiras e a diversidade étnica que formou a identidade lageana.

Carro de Molas (2006) – Praça Vidal Ramos Sênior, Centro. Relembra o transporte coletivo usado até a década de 1950.

Trançador de Laços (2002) – Fundação Cultural, Centro. Homenageia artesãos que trabalhavam o couro na região.

Lavadeiras (2008) – Parque Jonas Ramos, Centro. Retrata mulheres escravizadas e a convivência com indígenas no início da cidade.

Bíblia (2002) – Praça Joca Neves, Centro. Marco religioso em homenagem às Sagradas Escrituras.

São Francisco de Assis (2003) – Convento Franciscano, Centro. Homenagem ao santo padroeiro dos franciscanos.

Monge João Maria (2017) – Praça Siqueira Campos, Centro. Recorda o monge popular eremita que visitava a região serrana.

Antônio Correa Pinto (1966) – Rua Correa Pinto, Centro. Escultura em bronze do fundador da cidade.

Nereu Ramos (1956) – Praça João Costa, Centro. Homenagem ao único catarinense presidente da República.

Mãe (1970) – Hospital Tereza Ramos, Centro. Representa a maternidade e a proteção.

Monumento à Fraternidade – Praça da Fraternidade, Centro. Simboliza a união e o amor ao próximo.

Batalhão Ferroviário (1963) – BR-282. Marca o 55º aniversário do 2º Batalhão Ferroviário.

Bustos históricos

Entre as figuras retratadas em bronze e instaladas em diferentes praças e instituições, destacam-se:

Dr. Cesar Sartóri, Dr. Walmor Ribeiro, Dom Daniel Hostin, Manoel Tiago de Castro, Otacílio Costa, Tito Bianchini, Valdo Costa, Getúlio Vargas, Vidal Ramos Júnior e Nereu Ramos.

Valorização da história

Ao iniciar a manutenção e restauração de seus monumentos, Lages dá um passo decisivo na preservação de sua memória histórica e cultural. Cada obra é mais do que uma escultura, é um elo entre gerações, um ponto de reflexão sobre a trajetória da cidade e um patrimônio a ser transmitido para o futuro.

 

Texto: Rafael Araldi

Fotos: Fábio Pavan e Divulgação

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