A praça está localizada em área anexa à Apae. Um modelo contemporâneo, acessível, lúdico, humanizado e inclusivo com estímulo à percepção sensorial, cognição, saúde, ao bem-estar e à socialização das pessoas que a utilizam
A partir de agora, lageanos, em especial aqueles que possuem algum tipo de deficiência física ou intelectual, além de pessoas idosas, com a mobilidade reduzida, terão uma nova experiência ao utilizar uma praça pública na cidade. A primeira praça sensorial de Santa Catarina foi entregue à comunidade nesta sexta-feira (24), pelo prefeito, Antonio Ceron, e o vice Juliano Polese, com a presença dos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que aguardavam ansiosos para ocupar o espaço.
Uma entrega simbólica, em respeito à morte recente do vereador Bruno Hartmann, que contribuiu, angariou recursos e lutou para que a obra fosse uma realidade. Atos de inauguração, com homenagens aos vereador, poderá ser marcada para uma nova data.
O espaço, com a nova estrutura, está localizado na rua Joaçaba, 280, no centro da cidade, na quadra entre os dois blocos de prédios da Apae e as ruas Mário Lucena e Moisés Furtado. A instituição, que conta com 487 alunos, desde bebês até pessoas idosas (o aluno mais velho tem 75 anos), será uma das mais beneficiadas com a instalação da praça sensorial. “Agradecemos ao trabalho incansável da Apae, que traz muitos benefícios sociais e de inclusão que o poder público, sozinho, não teria condições de manter. A praça será de todos e vai trazer mais qualidade de vida às pessoas com necessidades especiais”, comenta o prefeito Antonio Ceron.
Com uma área total de 1.143,25 metros quadrados, na praça sensorial são encontradas árvores, flores, plantas com aromas e cores variadas, fonte de água, materiais com texturas diversas, bancos para contemplação, parede de escalada, parque com brinquedos adaptados às necessidades especiais, rampas de acessibilidade, cobertura em parte da praça, iluminação, academia ao ar livre, área para descanso e bem-estar, pergolado de madeira, calçadas e pista de atletismo.
Um modelo contemporâneo, acessível, lúdico, humanizado e inclusivo com estímulo à percepção sensorial, cognição, saúde, ao bem-estar e à socialização das pessoas que a utilizam. “Sonhada e idealizada por muitas pessoas, há muito tempo, o empreendimento é hoje uma realidade, estando pronto para receber a comunidade e, especialmente, às pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, transtorno do espectro autista, deficiência física, visual, auditiva ou aquelas decorrentes do processo de envelhecimento. Um ambiente que permite a convivência entre crianças, adultos e idosos, com deficiência ou não, caracterizando-se como um importante espaço de inclusão”, diz o presidente da Apae, Jorge Luiz Manfroi.
O investimento é de aproximadamente R$710 mil, com recursos da Prefeitura de Lages e do governo federal, através do Ministério da Economia, sendo R$500 mil proveniente de emenda parlamentar do deputado federal Fábio Schiochet e contrapartida de R$210 mil do Município.
Novos estímulos e mais inclusão com a nova praça
Dentre as diversas praças Brasil afora, as praças sensoriais são um novo modelo adotado para promover a inclusão de pessoas com disfunções advindas de alguma deficiência ou do envelhecimento. Potencializar o uso dos sentidos para partilhar atividades de maneira autônoma e independente é o grande objetivo desse investimento, levando em conta a construção de estruturas acessíveis. A praça de Lages possui um padrão e formato moderno, inédito no país.
O professor de educação física da Apae, Daniel de Jesus Prado, conta o quanto a praça foi aguardada pelos alunos e seus benefícios, trazendo outros estímulos e mais qualidade às aulas. “Ontem mesmo eles já estavam utilizando a praça. Antes de estar pronta, olhavam pela janela cada etapa da obra e ficavam ansiosos por poder usufruir. Eles precisam e gostam muito de gastar energia. Temos 14 turmas na Apae, e estou me programando para trazer eles todos os dias para a praça. Será muito bom”, comemora.
A praça sensorial vai proporcionar mais qualidade às aulas práticas, com estímulos diferentes e auxiliando na coordenação motora e concentração dos alunos. “Antes, as aulas precisavam ser adaptadas. Os alunos utilizavam o ginásio de esportes da instituição, mas como o telhado é de zinco, ficava muito quente no verão e frio demais no inverno, era complicado. Ou então íamos para a Academia da Terceira Idade, que fica aqui perto, mas era sempre muito arriscado atravessar a rua com eles, pois são muitos”, conta o professor Daniel.
Texto: Aline Tives
Fotos: Nilton Wolff