O projeto “Lages em Busca do Lixo Zero” realizou o seu último mutirão do ano na região do bairro Várzea, na manhã desta sexta-feira (9 de dezembro). A ação abrangeu também as comunidades dos bairros Habitação, Popular e Caça e Tiro. Esta foi a segunda ação realizada no bairro neste ano. A concentração das atividades foi realizada na avenida 1° de Maio, ao lado da Horta Comunitária.
O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Lages, através das Secretarias de Serviços Públicos e Meio Ambiente, da Saúde, da Agricultura e Pesca e conta com a parceria do projeto Lixo Orgânico Zero, da Rádio Clube de Lages e da empresa Eco Centro Sul. Com foco voltado ao recolhimento de todos os tipos de resíduos sólidos, desde papéis, plásticos, vidros, metais, além de entulhos, galhos, óleo de cozinha e materiais eletrônicos em desuso, as equipes da prefeitura atuam há uma semana na região. A limpeza das ruas também entrou no cronograma de serviços.
Moradores já conhecem a ação e aguardam o recolhimento em suas casas
A senhora Jânia Aparecida Wolff, moradora do bairro há mais de cinquenta anos, relata que o bairro estava necessitando de ações como esta para resolver o problema da destinação incorreta dos resíduos sólidos. “O lixo tomava conta. Muitas pessoas não tinham onde deixar restos de construção, móveis velhos e eletrônicos em desuso. Precisei descartar as telhas que foram substituídas aqui em casa, fiz um orçamento em empresa privada e cobram R$350 reais o recolhimento. Nem todos têm esse dinheiro disponível, então esperei a ação vir de novo para o bairro, o que me ajudou muito”, conta.
Balanço positivo e continuidade no ano que vem
O coordenador do projeto, diretor da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Paulo Sell, relata que as ações têm um balanço positivo ao longo do ano, com boa aceitação da comunidade, mas ainda falta a conscientização da maior parte da população, principalmente sobre o descarte incorreto dos materiais. Muitos pontos, entre eles os acessos da cidade ainda estão tomados por lixo, como a antiga BR-2, a rua Professor Simplício, fundos do condomínio Aspen, estrada do Guará, entre outros locais. “As pessoas precisam entender que elas podem facilitar nosso trabalho, deixando seus resíduos em locais mais acessíveis, ou ligando para a Secretaria do Meio Ambiente, que faremos o recolhimento e daremos o destino correto”, diz.
Ao longo do ano foram realizadas em média duas ações por mês, abrangendo praticamente todas as regiões da cidade. Foramrecolhidos, aproximadamente, seis caminhões de resíduos sólidos em cada edição. O projeto que iniciou com o recolhimento apenas de pneus e lixo eletrônico, ampliou a coleta e abrangeu todo tipo de material reciclável, além da limpeza com roçadas, pinturas de meios-fios, patrolamento de ruas e a distribuição de mudas de hortaliças, através da Secretaria de Agricultura e Pesca.
Os distritos de Índios e de Salto Caveiras também foram contemplados. “No ano passado foram recolhidos 400 toneladas de lixo no interior, considerando que a coleta é feita todos os dias”, ressalta o coordenador.
A ideia é dar continuidade ao projeto em 2023, contando com a participação ainda maior das comunidades. “O projeto ganhou uma proporção tão grande, que não temos mais como parar, e isso é muito bom. O projeto vem chamando a atenção dos líderes comunitários. Para o ano que vem já temos três pedidos de Associações de Moradores que querem a ação em suas regiões”, conta PauloSell.
Texto: Aline Tives
Fotos: Ary Barbosa de Jesus