Justiça Restaurativa é apresentada em Bocaina do Sul

Por Luiz Del Moura

Tema foi debatido em seminário, que contou com o apoio do Núcleo de Justiça Restaurativa

O Núcleo de Justiça Restaurativa da comarca de Lages foi um dos apoiadores do I Seminário de Justiça Restaurativa e Políticas Públicas, organizado pelo município de Bocaina do Sul e pela Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. Além de apresentar a metodologia, o evento buscou mobilizar a comunidade para a construção de uma cultura de paz.

O seminário teve ainda o intuito de incentivar o diálogo entre as políticas públicas municipais nas áreas da saúde, educação e assistência social, em vivências locais e intersetoriais dos círculos de construção de paz, e articular o projeto “Primavera de Paz”, tendo em vista a implementação de uma cidade restaurativa.

Cerca de 80 pessoas das cidades de Bocaina do Sul, Rio Rufino, Urubici, Palmeira, Lages e Florianópolis participaram do evento. Em sua fala, o juiz Alexandre Takaschima, titular da 4ª Vara Cível da comarca de Lages, abordou o “Poder transformador da Justiça Restaurativa”. Já a assistente social Adriana Zancheta Wilbert Ito, coordenadora adjunta da Escola Estadual de Conselhos – Florianópolis, provocou diálogo sobre as políticas públicas.

A psicóloga da Delegacia da Mulher de Lages, Caroline Martini Kraid, apresentou os círculos de diálogo e construção de paz e convidou os participantes para um encontro que trata da vivência desses círculos, coordenado pelos facilitadores e facilitadoras do Núcleo de Justiça Restaurativa de Lages.

Avanços da Justiça Restaurativa na região

O padre José Roberto Moreira apresentou o projeto “Primavera de Paz” como forma de dar continuidade às provocações do evento. “Desencadear processos é mais importante que realizar eventos e alcançar resultados”, afirmou. Um grupo de estudos, leitura e reflexão foi constituído com a adesão dos presentes.

Uma agenda de atividades foi aprovada para os próximos meses, que inclui a celebração de abertura da Primavera de Paz, em 23 de setembro; a discussão de projetos de educação para a paz nas escolas; e a realização de círculos de diálogo entre os agentes públicos das Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social. Além disso, a oferta da vivência dos círculos de diálogo a candidatos e candidatas a cargos eletivos para superação da intolerância e violência política, a formação continuada de facilitadores dos círculos de diálogo e promotores da paz e a criação do Dia Municipal da Paz, em 25 de outubro.

“Concluímos o seminário com os corações aquecidos e comprometidos na construção de ‘uma paz que não nos deixa em paz’. Continuaremos semeando e desenhando a paz em todas as nossas relações e territórios porque, como nos ensina o Papa Francisco, ‘a Paz é artesanal’”, reforça o padre Roberto.

Para o juiz Alexandre Takaschima, este foi um importante marco na expansão da Justiça Restaurativa na região serrana, possibilitando diálogo e reflexão sobre a criação de uma política pública para implantação da Justiça Restaurativa naquele município. “A sensação é de muita esperança, pois o seminário é fruto do desejo da comunidade de ser uma cidade restaurativa, com espaços seguros de diálogo e transformação de conflitos”, destaca.

Ao final, foram distribuídas lembranças preparadas pelos estudantes da Apae de Bocaina do Sul e pelas crianças das escolas municipais, com um punhado de sementes de girassol e um desenho de paz.

Taina Borges – NCI/TJSC

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