A pesquisa considera o menor preço de cada item em cada estabelecimento, independentemente da marca, para permitir o comparativo mais “justo” de custo entre mercados
Em levantamento mensal da pesquisa de preços de itens da cesta básica, referente ao mês de outubro, o Programa de Defesa do Consumidor de Lages (Procon) mostrou variações expressivas em diversos produtos, entre itens de alimentação, higiene e opções especiais como sem glúten ou sem lactose.
A pesquisa comparou os preços de uma cesta de itens essenciais em sete estabelecimentos da cidade: os supermercados/atacadistas Alvorada, Angeloni, Brasil Atacadista, Fort, Martendal, Myatã e Stock Center.
A metodologia foi ampliada nesta gestão para não se restringir apenas aos alimentos tradicionais, incluindo também produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza doméstica e itens com restrições alimentares (sem açúcar, sem glúten, sem lactose).
Neste levantamento, foram comparados cerca de 49 itens distribuídos entre alimentos básicos e produtos especiais. A pesquisa considera o menor preço de cada item em cada estabelecimento, independentemente da marca, para permitir o comparativo mais “justo” de custo entre mercados.
Principais resultados e variações
Alimentos básicos – Entre os itens básicos, o extrato de tomate foi o produto que apresentou maior variação de preço entre um supermercado e outro, chegando a 551%. O açúcar refinado (5 kg) apresentou variação de até 20 %, com preços entre R$ 18,99 e R$ 22,90. O arroz também mostrou forte oscilação: entre R$ 19,35 (mais barato) e R$ 25,99 (mais caro). Variação de aproximadamente 34 %. O feijão preto apresentou variação de 46 %, com preços entre R$ 4,97 e R$ 6,99.
Higiene pessoal e produtos especiais – Entre os itens de higiene pessoal (absorventes, creme dental, desodorantes, sabonete, shampoo etc.), o item que mais se destacou foi o creme dental, cuja oscilação de preços foi de 164 %, variando entre R$ 2,49 e R$ 6,99.
No segmento sem glúten, o mais expressivo foi o biscoito de arroz: os preços variaram entre R$ 6,59 e R$ 10,99, uma discrepância de até 66 %.
Em produtos sem lactose, o destaque foi o biscoito, com valores que oscilaram de R$ 4,98 até R$ 10,90.
Casos extremos de variação – Em março, por exemplo, o extrato de tomate foi apontado como item com maior volatilidade: em um supermercado custava R$ 0,99, enquanto em outro chegava a R$ 4,99 — uma diferença de 404 %. No mês de outubro continua sendo o vilão nas prateleiras de supermercados, com valores que oscilam entre R$1,18 a R$7,69.
Também carnes e cafés mostraram variações enormes entre estabelecimentos no mesmo levantamento; o café, por exemplo, chegou a variar entre R$ 15,99 e R$ 25,99 dependendo da marca e local de compra.
O que esses números indicam
Para o coordenador do Procon de Lages, Kevin Gonçalves Calbusch, a amplitude dessas variações demonstra que o local de compra faz diferença significativa no bolso do consumidor. “Escolher bem o supermercado pode representar economia relevante”, pondera.
A oscilação alta de preços em produtos de consumo diário (arroz, feijão, açúcar, creme dental, etc.) evidencia a necessidade de monitoramento constante, especialmente em contextos de inflação ou instabilidade nos insumos.
Dicas para consumidores
Ao comparar preços antes de comprar, conferir a tabela mais recente do Procon pode ajudar a identificar onde o item está mais barato. Também levar em conta o custo de deslocamento, pois, se economizar num produto, mas gastar demais para chegar ao estabelecimento, o “ganho” pode anular-se. Observar promoções e ofertas por marca/região, nem sempre o supermercado mais barato em um produto será o mais barato em outro. E atentar-se às versões “especiais” (sem glúten, sem lactose, etc.), pois estas tendem a ter margens maiores de variação de preço.
Texto: Aline Tives
Foto: Fábio Pavan
Artes: João Francisco Custodio Maciel