Os campos de cima da serra têm uma atenção especial quando o assunto é o desenvolvimento do roteiro turístico de Lages e região. O fomento aos mais variados segmentos deste setor na Coxilha Rica é essencial para consolidá-la como potência turística local
Com o intuito de expandir e explorar o potencial turístico da Coxilha Rica, a prefeita Carmen Zanotto, acompanhada da Secretária de Turismo, Ana Vieira e do secretário adjunto de Agricultura Pecuária e Pesca, Ronaldo Duarte, fez uma visita técnica em algumas fazendas centenárias daquela região, na última terça-feira (22 de julho).
No roteiro, além de conhecer as estruturas das fazendas, estava também a avaliação das condições das estradas e pontes de acesso que levam os turistas aos seus destinos. “Como o próprio nome já diz, nossa Coxilha possui riquezas naturais ímpares, singulares, assim como a história que carrega e desenvolvê-la como potencial turístico é fundamental para que Lages e toda a nossa região passe a ser a primeira opção de destino para o turista quando se fala em turismo de inverno ou turismo rural”, declara a prefeita Carmen.
Este incentivo ao desenvolvimento turístico regional é necessário em várias frentes para o aprimoramento dos atrativos e equipamentos que vão desde a base, com a manutenção permanente das estradas revestimento primário (chão batido), até a criação de produtos que versem à promoção de experiências e serviços inovadores e segmentados. “A partir desta visita poderemos, por exemplo, dar continuidade ao projeto de identificação do roteiro do Caminho das Tropas já iniciado pela Associação dos Municípios da Serra Catarinense (Amures), para torná-lo ainda mais atrativo aos visitantes. O acesso ao rio Pelotinhas, na ponte, também merece uma atenção especial, uma vez que muitas famílias vão ao local para acampar e banhar-se no rio durante o verão”, explica a secretária de turismo, Ana Vieira.
Quanto à manutenção das estradas e renovação das pontes, a secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca está incumbida de garantir o aporte necessário para os acessos à região. O local já possui um trecho pavimentado de 27 quilômetros (SC – 390), que se estende da localidade da Vigia, às margens da BR – 116, em Capão Alto, até localidade de São Jorge, porém há muita estrada de chão para ser cuidada, principalmente na região das localidades de Cajuru e Morrinhos. “É necessário que os atrativos turísticos da nossa região sejam acessíveis e para oferecer experiências memoráveis aos visitantes. Com base neste pensamento, fizemos o levantamento das condições das estradas e pontes para contribuir no fomento do setor e garantir os subsídios necessários também para o escoamento da produção agrícola e pecuária aqui presentes”, explica Ronaldo Duarte, secretário adjunto da secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca.
Incentivo ao turismo com a base comunitária
A participação da comunidade local nas atividades de fomento ao turismo é peça-chave para o desenvolvimento do setor. Neste sentido a Coxilha, rica por natureza, apresenta em suas imponentes estruturas de fazendas centenárias boa parte de uma história que precisa ser contada.
Este grande valor histórico é cheio de atrativos em seus mais de cem quilômetros de extensão. Entre eles destacam-se as Fazendas São João (1800), Cajuru, (1865), São José da Boa Vista (1920), Tijolinho (1915), Fazenda Estrela (1913), além dos corredores do Caminho das Tropas, igrejas históricas e cemitérios centenários. A riquíssima história cultural atrai visitantes para cavalgadas com o turismo equestre, para o turismo de aventura com trekking (modalidade de caminhada feita em locais que possibilitam maior contato com a natureza) e trilhas de 4×4, cicloturismo, enoturismo e o turismo rural com as hospedagens em fazendas e hotéis que oferecem interação com as atividades rurais.
Entre os locais visitados pela comitiva liderada pela prefeita Carmen Zanotto, destaca-se a Fazenda Linda Flor do Cajurú. Datada de 1865 a centenária estrutura está passando por um processo de restauração e, de acordo com o proprietário, Alexandre Júlio Souza, a ideia é fazer da propriedade uma referência nacional de valorização da cultura e tradição do povo serrano. “Queremos estar de portas abertas para receber visitantes de todas as partes de Brasil e do mundo e compartilhar as nossas belezas naturais. Valorizar esse patrimônio histórico que foi rota de tropeiros e ponto de encontro de forças políticas da época é muito importante, por isso estamos imbuídos de muita boa vontade para fazer o melhor possível, com profissionais qualificados para, em breve, termos novidades para receber os visitantes e fomentar o turismo na nossa região”, comenta.
História e inovação traçam os mesmos caminhos para haver integração na oferta turística de Lages e da Serra Catarinense e o incentivo a iniciativas como esta da fazenda Cajuru, em que os membros da comunidade local participam ativamente no desenvolvimento e gerenciamento de atividades turísticas, é primordial para promoção de um turismo autêntico e sustentável.
Texto: Silviane Brum
Fotos: Julia Almeida
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