A Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense mostra que o estado demanda R$ 18,5 bilhões até 2025 para manter e ampliar a infraestrutura de transporte nos modais rodoviário (R$ 14,4 bilhões), ferroviário (R$ 928,7 milhões), aeroviário (R$ 1,28 bilhão), dutoviário (R$ 400 milhões) e aquaviário (R$ 1,5 bilhão). Dos R$ 18,5 bilhões, R$ 5,6 bilhões são relativos a investimentos federais, R$ 4 bilhões estaduais, R$ 200 milhões municipais e R$ 8,7 bilhões privados. As informações estão no documento, apresentado pela Federação das Indústrias (FIESC), nesta segunda-feira (6), em Florianópolis, com a participação de lideranças industriais, políticas e especialistas da CNI e do Ministério da Infraestrutura.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, disse que Santa Catarina precisa de um planejamento integrado e sistêmico da macrologística para o curto, médio e longo prazos. “Essa é a grande questão de Santa Catarina. Não temos esse planejamento e não temos um banco de projetos para receber os investimentos privados”, disse. Ele salientou que uma conquista importante foi a inserção de Santa Catarina no contexto logístico nacional. “Não havia essa visão por parte do Ministério da Infraestrutura, que não considerava as cargas de valor agregado, que são as cargas características de Santa Catarina. Indo a Brasília demonstramos a necessidade e o direito de estarmos inseridos no plano logístico nacional”, afirmou Aguiar.
Em sua apresentação, ele também defendeu a elaboração do Plano Logístico de Santa Catarina, considerando a malha atual e futura do estado e incluindo o modal ferroviário. “Com as cargas de valor agregado, está comprovado que Santa Catarina tem, sim, a viabilidade de implantação do complexo ferroviário”, disse.
O diretor de política e planejamento integrado da secretaria de fomento, planejamento e parcerias do Ministério da Infraestrutura, Tito Lívio Pereira Queiroz e Silva, apresentou as principais diretrizes do Plano Nacional de Logística (PNL 2035), para o qual a FIESC fez um conjunto de contribuições durante a fase de consulta pública, que foi contemplado pelo governo. “As necessidades são grandes em logística e os recursos são limitados. Nesse cenário é importante a participação privada nos projetos de infraestrutura”, disse. Em relação às ferrovias, ele informou que a viabilidade econômica será estudada em detalhes pelo Ministério. “Mas vemos que há, sim, uma carga relevante sendo puxada por essas ferrovias quando elas forem ativadas”, explicou ele, destacando que esse cenário é baseado nas simulações feitas pelo governo federal no âmbito do PNL para Santa Catarina.
O secretário-executivo da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, Egídio Martorano, destacou os principais avanços que o PNL 2035 trouxe para Santa Catarina. “Vimos as simulações (do Ministério) e como Santa Catarina se destaca. Reitero que temos um dos mais importantes complexos portuários da América Latina. Santa Catarina ocupa a segunda posição no país na movimentação de contêineres. Se considerarmos carga de valor agregado e contêiner, temos um espaço especial. Fizemos contribuições ao PNL que foram incorporadas”, declarou.
Orçamento federal: Para 2021, o orçamento do governo federal (OGU, PAC e PIL) para obras de infraestrutura de Santa Catarina prevê R$ 493 milhões, mas até novembro foram pagos R$ 191,8 milhões, ou seja, 38,9% do previsto para o ano.
Prioridades Obras Federais para 2022
BR 163: Continuidade das obras de adequação da capacidade: R$ 56,8 milhões.
BR 470: Continuidade das obras de duplicação: R$ 250 milhões.
BR 280: Continuidade das obras de duplicação: R$ 225 milhões.
BR 282: Obras de adequação da capacidade entre Chapecó e São Miguel do Oeste: R$ 26,4 milhões.
BR 285: Continuidade das obras de implantação e pavimentação: R$ 36 milhões
– Conservação, Restauração e Manutenção das Rodovias Federais (CREMA): BR’s: 470, 280, 282, 153, 158, 163, 480: R$ 400 milhões.
– Bacia de Evolução e Canal de Acesso Complexo Portuário Rio Itajaí: R$ 62,5 milhões.
Aprofundamento do Canal Externo Complexo Portuário Baía da Babitonga: R$ 70 milhões.
Valor Estimado Total Prioridades Federais: R$ 1,1 bilhão
– Conservação Preventiva e Rotineira das Rodovias Estaduais: R$ 200 milhões Valor Mínimo: R$ 120 milhões/ano
– Investimentos do Programa Novos Rumos: SC´s: 110, 108 (norte e sul), 120, 135, 283, 290, 350, 416, 417 (valores à definir)
– Garantir os Investimentos nas Rodovias Federais (BR´s 470, 280, 163 e 285): R$ 465 milhões.
Valor Estimado Total Prioridades Estaduais: R$ 585 milhões/ano
Garantir os Investimentos Travessia de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú: R$ 430 milhões