Lages terá primeiro estádio com gramado sintético de Santa Catarina

Por Luiz Del Moura

Para sediar os jogos da série A do Campeonato Catarinense no ano que vem, o Tio Vida precisa ser homologado pela Fifa, e poderá ter jogos nacionais e internacionais

Uma nova história do futebol profissional e amador se inicia em Lages. A Prefeitura de Lages, através da Fundação Municipal de Esportes (FME), apresentou nesta quinta-feira (28), o projeto de revitalização do gramado do Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior, o Tio Vida, que contará com grama sintética para as competições do ano que vem. A coletiva realizada no auditório do Mercado Público reuniu a imprensa, profissionais ligados ao esporte, lideranças políticas, empresários, o presidente do time, Cristopher Nunes e o prefeito Antonio Ceron.

A subida do Internacional de Lages para a série A trouxe muita alegria aos torcedores e à comunidade lageana, mas o time também precisa cumprir exigências e apresentar um estádio que se enquadre no padrão Fifa – Federação Internacional de Futebol para sediar os jogos que virão. O Campeonato Catarinense inicia na segunda quinzena de janeiro.

A Fundação Municipal de Esportes recebeu um manual de estrutura dos estádios e, considerando a atual situação do Tio Vida, precisará passar por uma revitalização geral para estar em acordo com os padrões exigidos e encontrados em grandes estádios. “Aqui temos um estádio municipal, que está aberto não somente ao futebol profissional, mas a toda comunidade. A revitalização vai melhorar a estrutura para todos e otimizar o uso do espaço, que no momento se encontra bastante limitado”, destaca o prefeito Ceron.

Custo benefício influenciou na decisão pela troca do gramado

A necessidade de revitalização inclui desde o gramado até a parte estrutural, como drenagem, contrapiso e a iluminação, que precisa passar dos atuais 300 lux para lâmpadas de 720 lux.

Um estudo sobre os dois modelos de gramado, o natural e o sintético, mostrou que o custo/benefício do sintético é muito superior. O investimento na instalação e manutenção do gramado natural chega a quase R$ 2 milhões por ano, considerando o valor de R$1,6 milhão para instalar e mais R$ 300 mil anuais para manter (R$30 mil mensais na manutenção).

O gramado sintético teria um investimento total de R$ 2,3 milhões, sendo o custo de manutenção entre R$ 40 a R$ 50 mil por ano. “A vantagem do gramado sintético é que o campo poderá ser utilizado muito mais vezes. Enquanto o campo com grama natural pode ser utilizado apenas duas vezes por semana, com o sintético poderá ter jogos e treinos diariamente, abrindo espaço para que toda a comunidade e times amadores da nossa cidade também usufruam do espaço. Com o Inter na série A, os treinos precisam ser intensificados e isso prejudicaria as competições do Jocol, por exemplo, devido a essa limitação de uso”, explica o superintendente da FME.

Com o gramado sintético, os treinos e jogos poderão ser diários, desde que tenham uma manutenção que envolve irrigação e escovação duas vezes por semana. A irrigação será automatizada e será necessária para obter a temperatura ideal do campo e assim manter a estrutura intacta por mais tempo e garantir a maciez da grama artificial.

Estádio no padrão Fifa poderá sediar jogos nacionais e internacionais

O gramado sintético precisa ser homologado pela Fifa e passará por testes para comprovar a qualidade e características essenciais para a boa performance dos atletas, como a absorção de impactos. Poderá assim, receber jogos nacionais e internacionais.

Apenas nove empresas no mundo estão autorizadas a realizar as obras. Algumas empresas que fizeram o gramado sintético de grandes estádios como o Engenhão, a Arena Baixada e o Allienz Parque já foram contatadas.

A revitalização do Tio Vida contará com a parceria de secretarias municipais, como a Secretaria de Planejamento e Mobilidade Urbana (Seplam), Secretaria de Obras e Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente, que juntamente com a Fundação Municipal de Esportes (FME) unirão esforços para que tudo esteja pronto o mais breve possível. No projeto de iluminação, cujo processo licitatório está sob a responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, está previsto a troca dos reatores com lâmpadas de mercúrio para lâmpadas de LED, atendendo ao padrão Fifa de 720 lux. Também será necessário trocar toda a fiação para aguentar a nova carga de energia.

 

Texto: Aline Tives

Fotos: Divulgação

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