Mais que medalhas: o legado de atletas no Parajasc em Lages

Por Luiz Del Moura

Histórias de dedicação e amor pelo esporte marcam a trajetória de Charles Vieira no tênis de mesa e de Gevelyn Quadros no handebol em cadeira de rodas

O 18º Parajasc, realizado em Lages, é palco de histórias que emocionam e representam a força do esporte como caminho de inclusão e transformação. Entre os milhares de atletas que participam do evento, dois personagens se destacam pelo exemplo de dedicação e pela forma como constroem suas trajetórias no esporte.

O mesatenista Charles Eloi Luiz Lemos Vieira, de 26 anos, natural de Joaçaba, disputa sua segunda edição do Parajasc. Ele é o número um de Santa Catarina e ocupa a quarta posição no ranking nacional na Classe 6 do tênis de mesa. O contato com o esporte começou na escola, mas foi há cinco anos que ele se profissionalizou. Desde então, a modalidade passou a ser parte fundamental da sua rotina. “Hoje não consigo viver sem o tênis de mesa. Mesmo quando sinto dores na lombar e nas articulações, sei que treinar me deixa mais leve, alivia a mente e me traz paz”, relata.

Vice-campeão nesta edição, Charles encara cada torneio como aprendizado. Ele lembra que no início ficou dois anos sem vencer uma partida, mas não desistiu. Hoje, além de estar no topo do ranking estadual, ele tem metas ainda maiores. “Minha mensagem é de nunca desistir dos seus sonhos. Eu já fiquei sem ganhar um jogo por muito tempo. Agora busco ser o melhor do Brasil”, afirma, já de olho no Campeonato Estadual, que também será em Lages, no próximo mês, e no Campeonato Nacional, no fim do ano.

Outra história marcante vem do litoral norte do Estado. A técnica de handebol em cadeira de rodas de Balneário Camboriú, Gevelyn Cássia Almeida Quadros, de 44 anos, soma quase duas décadas de dedicação ao esporte. O caminho até aqui começou após um acidente de trânsito, há 25 anos, que tirou os movimentos das pernas. Seis anos depois, ela conheceu o handebol em cadeira de rodas, primeiro como atleta e depois como integrante da comissão técnica.

Gevelyn já disputou campeonatos nacionais e internacionais. Em 2022, integrou a comissão técnica da Seleção Brasileira campeã mundial no Egito. A experiência a levou a enxergar o esporte também pelo olhar clínico e estratégico. “Eu conheci vários esportes, mas foi o handebol que me marcou. No trabalho como técnica, aprendi a analisar as condições dos atletas, os equipamentos e o que cada detalhe pode representar dentro de uma partida”, comenta.

Em Lages, ela acompanha sua equipe, que já garantiu o terceiro lugar no Parajasc e ainda buscava mais uma vitória contra a equipe de Caxambu do Sul. A cada partida, reforça a importância de manter o espírito coletivo e a paixão pela modalidade que segue abrindo portas para tantas pessoas.

As trajetórias de Charles e Gevelyn representam a essência do Parajasc: o esporte como ferramenta de inclusão, saúde e realização pessoal. Eles deixam em Lages não apenas resultados em quadra, mas um legado de persistência e inspiração para todos.

Texto: Allan Borges
Fotos: Nilton Wolff

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