Por falta de maquinário, famílias agricultoras da região serrana precisarão escolher e limpar manualmente cerca de 50 toneladas de feijão agroecológico para entregar a escolas públicas catarinenses neste ano. A situação foi exposta por integrantes da cooperativa de agricultores e agricultoras familiares agroecológicos Ecoserra em reunião com o deputado Marquito (PSOL) em Lages nesta semana.
Após o relato da necessidade de compra de uma máquina que custa aproximadamente R$ 320 mil, Marquito repassou a informação ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), Mauro de Nadal, e aos demais colegas parlamentares, durante fala na tribuna. “É um recurso pequeno e que pode fazer a diferença para essas famílias”, destacou.
Essa produção de feijão orgânico, sem o uso de agrotóxicos, inseticidas e pesticidas, tem sido feita quase que exclusivamente pelos jovens dessas famílias. Esse tipo de investimento, portanto, é estratégico para a manutenção da juventude nas propriedades rurais, sendo que há anos Santa Catarina enfrenta o problema da falta de sucessão na agricultura familiar.
O deputado fez um apelo às deputadas e aos deputados da casa para que contribuam com a elaboração de políticas que possam apoiar as iniciativas da agricultura familiar, especialmente de base agroecológica, e que tenham como foco a manutenção da juventude no meio rural, “com as condições que a juventude merece para desenvolver a sua atividade agrícola, mas também para poder estudar, ter acesso à cultura, ao esporte, ao lazer e assim por diante”.
A Ecoserra foi criada em 1999 e, atualmente, possui cerca de 400 cooperados e associados produzindo em 12 municípios da região serrana. A cooperativa comercializa seus produtos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE), além de em pequenas lojas de produtos orgânicos, feiras, atacadistas e até de um aplicativo de delivery.
Fotos: Solon Soares Agência AL – Marciano Coelho Correa – Carol Morgan