Prefeito Ceron decreta situação de calamidade e emergência em Lages para captação de recursos federais

Por Luiz Del Moura

Uma reunião de emergência, com a participação de todos os secretários municipais, aconteceu na manhã desta segunda-feira. O encontro teve como objetivo ter o máximo de informações possíveis sobre a real situação da cidade e firmar a união de esforços

Foi assinado pelo prefeito Antonio Ceron, na manhã desta segunda-feira (9), o decreto de calamidade e emergência pública de Lages, para agilizar a captação de recursos a fim de restabelecer a normalidade no município que, assim como todas as regiões do Estado enfrenta grandes prejuízos e presta ajuda humanitária devido às fortes chuvas dos últimos dias. A decretação de estado de calamidade pública possibilita compras e obras públicas emergenciais, com dispensa de licitação, além de garantir formalizações para o recebimento de recursos federais.

Uma reunião de emergência, com a participação de todos os secretários municipais, aconteceu na manhã desta segunda-feira (9). O encontro teve como objetivo ter o máximo de informações possíveis sobre a real situação da cidade e firmar a união de esforços de todos da administração municipal para resolver os problemas e ajudar as pessoas mais necessitadas neste momento. “Vamos lutar e unir esforços para conseguir colocar tudo em dia o mais rápido possível, para que as pessoas consigam voltar para as suas casas e seguir a vida. Tivemos grandes prejuízos na parte de infraestrutura, por isso este decreto é tão importante, para captar os recursos necessários e realizar as obras de revitalização”, diz o prefeito Ceron.

Dois abrigos foram montados para as famílias resgatadas

Durante o final de semana, os trabalhos se concentraram no resgate de pessoas devido aos alagamentos que aconteceram em vários pontos da cidade e do interior. Segundo dados da Defesa Civil de Lages, nas últimas 60 horas, houve acúmulo de 105 milímetros em Lages e 145 milímetros no Estado de Santa Catarina.

Dois abrigos foram montados, um deles na Associação de Moradores do Bairro Caça e Tiro, onde permanecem 32 pessoas desalojadas, inclusive um bebê prematuro, com apenas um mês de vida, e outro na sede Pinheirinho, com 12 pessoas. Outro abrigo está à disposição, montado no ginásio Jones Minosso, mas este ainda não foi ocupado. O local conta com aproximadamente 100 colchões e demais mantimentos necessários. “Algumas famílias foram alertadas sobre o risco de alagamentos e desabamentos, mas elas oferecem muita resistência a vir para o abrigo, por medo de a casa ser saqueada e outros motivos. Nestas situações não temos como obrigá-los a sair”, relata o secretário de Defesa Civil, João Eduardo da Silva Pacheco (Sargento Pacheco).

Muitos resgates, em locais totalmente alagados e casas tomadas pela água, foram realizados por barco, com profissionais cadastrados para navegação pela Marinha do Brasil e que prestam serviços para a Defesa Civil.

Aulas suspensas nas escolas municipais

Das 120 unidades escolares do Sistema Municipal de Educação, 61 permanecem em sua normalidade, 29 sofreram destelhamentos e 16 estão alagadas ou com alagamentos no seu entorno.

As aulas no interior e escolas itinerantes já tiveram as aulas suspensas na sexta-feira. Nesta segunda-feira (9), todas as unidades, Centros de Educação Infantil Municipais (Ceims) e Escolas de Educação Básica Municipais (Emebs), também tiveram as aulas suspensas.

A Secretaria da Educação determinou que, a partir desta terça-feira (10), as escolas que não tiveram danos deverão ter aulas normais e as demais passarão por uma avaliação, se poderão retomar ou não as atividades. Os pais serão avisados por cada escola. “Vamos fazer um mutirão de limpeza e revitalização das unidades que foram atingidas para que possamos retomar as atividades o mais rápido possível. Consideramos também que nesta semana haverá apenas três dias de aula e a partir de quinta-feira (12) será feriado prolongado. Muitos pais não têm onde deixar seus filhos pequenos para ir trabalhar, e devemos levar isso em consideração”, comenta a secretária Ivana Michaltchuck.

Danos no perímetro urbano e no interior do município

A chuva causou danos de infraestrutura tanto na cidade quanto nas localidades no interior do município. Segundo uma estimativa da Secretaria de Obras, praticamente todas as ruas que não possuem asfalto estão em estado precário. “Estaremos com quatro equipes de emergência atuando na limpeza e restauração das ruas, mas o trabalho será prejudicado caso se concretize a previsão de que teremos mais chuva volumosa a partir de quarta-feira”, comenta o secretário João Alberto Duarte.

No interior, seis pontes em diversas localidades foram arrastadas com a força da água, e dez bueiros também foram deslocados. Segundo a Secretaria de Agricultura e Pesca, houve danos em cerca de 70% das estradas rurais.

Atingidos serão cadastrados para liberação do FGTS

As pessoas atingidas pelos temporais serão cadastradas por equipes da Defesa Civil para que sejam liberados recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Conforme previsto no Decreto 5.113/2004, para habilitação ao saque do FGTS é necessário que o município em estado de calamidade pública ou situação de emergência, devidamente reconhecido pela Portaria do Governo Federal, apresenta à Caixa a declaração das áreas que foram afetadas pelo desastre.

Para que sejam viabilizados recursos para o restabelecimento do município, estão sendo coletados dados de cada secretaria municipal sobre as demandas e eventuais despesas devido às chuvas. Será preenchido o FID – Formulário de Informação de Desastres, com um prazo de até dez dias para que seja encaminhado ao governo federal.

Posto de doações na Praça do CEU

A partir desta segunda-feira (9), a Pracinha da Cultura (Praça do CEU), localizada na Rua Archilau Batista do Amaral, ao lado do Ginásio Jones Minosso, e a sede da Defesa Civil, localizada no andar de cima do Terminal Rodoviário, passam a ser local de coleta de doações para as pessoas atingidas pelas chuvas.

O que pode ser doado?

  • Itens de vestuário
  • Cobertores, lençóis, travesseiros, colchões e outros
  • Materiais de limpeza e higiene
  • Alimentos não perecíveis

Para mais informações, basta entrar contato pelos seguintes números

Secretaria de Assistência Social – (49) (49) 3019-7460

Pracinha da Cultura (Praça do CEU) – (49) 3019-7440

Defesa Civil (emergências e urgências) – 199 ou (49) 98406-4037

Texto: Aline Tives

Fotos: Toninho Vieira

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