A acusação de violência contra a mulher que paira sobre o vice-prefeito de Lages, Jair Junior, repercutiu fortemente no Plenário da Assembleia Legislativa na sessão de terça-feira (25).
“Um episódio triste sofrido pelo município de Lages, quando tem uma mulher violada em seus direitos. Violência provocada por um dos quadros do nosso partido, o vice-prefeito, um homem que sempre se mostrou parceiro, participativo e leal, mas que guardava para si uma personalidade desconhecida de todos nós. Ficamos estarrecidos pela violência”, discursou Paulinha, presidente estadual do Podemos.
A deputada informou que o partido instalará a Comissão de Ética para tratar do caso e pediu desculpas aos lageanos e aos catarinenses.
“Ele jamais nos apresentou um sinal que pudesse levar a atitudes de desrespeito às mulheres”, reforçou Paulinha, que lembrou que os números da violência contra a mulher em Santa Catarina crescem, ao contrário de outros índices, que caem continuamente.
Lucas Neves (Podemos) também repudiou a violência.
“Um assunto que constrangeu a todos nós no final de semana, que envergonhou todos nós que somos lageanos: a violência contra a mulher. Isso me causou dor, espanto e uma tristeza gigantesca e que acabou atingindo muitas pessoas da cidade. É alguém próximo da gente”, confessou o deputado, referindo-se ao vice-prefeito.
Luciane Carminatti (PT) lamentou a violência sofrida pelas mulheres, lembrou dos atos em memória dos 51 feminicídios registrados em Santa Catarina em 2024 e cobrou políticas públicas, orçamento e prioridade ao combate à violência.
“O que o estado de Santa Catarina tem feito, como tem sido feito o acolhimento às vítimas?”, questionou Carminatti, acrescentando que não há uma delegacia sequer especializada em acolhimento que funcione 24 horas e que dos R$ 900 mil orçados para apoiar as mulheres vítimas de violência em 2024, foram investidos somente R$ 324 mil.
O sucesso do Norte do estado
Maurício Peixer (PL) destacou na tribuna o sucesso econômico do Norte do estado. Segundo o deputado, oito cidades da região juntas formam o segundo maior PIB em crescimento do mundo, perdendo apenas para Israel.
“O Norte é um sucesso, o crescimento é maior do que se imagina”, comemorou Peixer, que destacou o papel dos portos de Itapoá e de São Francisco do Sul no crescimento regional.
Apesar das boas notícias, Peixer responsabilizou o governo federal pelo atraso nas obras de duplicação da BR-280 e alertou que será necessário fazer uma nova licitação, postergando ainda mais o reinício das obras.
Robótica e empreendedorismo
Lunelli (MDB) pediu apoio para projetos de sua autoria que incluem o ensino da robótica e do empreendedorismo nas escolas públicas estaduais.
O ex-prefeito de Jaraguá do Sul defendeu a municipalização da educação, uma vez que a gestão dos recursos seria mais eficiente e os investimentos poderiam ser feitos de forma estratégica.
Segundo Lunelli, o país precisa modernizar a educação, ampliando o ensino técnico e utilizando inteligência artificial para personalizar o ensino.
Peixe na cesta básica
Napoleão Bernardes (PSD) avaliou que é chegada a hora de incluir o peixe na cesta básica, a fim de conceder aos pescados os mesmos benefícios fiscais concedidos a outros produtos, como ovos e hortifruti, que são isentos do ICMS, ou como as carnes, que têm desconto de 41%.
“O pescado não está na cesta básica, minha proposta é clara: aproveitar a discussão para refletir se não seria o momento dos peixes e pescados estarem na cesta básica”, argumentou Napoleão, referindo-se ao projeto que isenta de impostos o arroz, o feijão e farinhas e que deve chegar em breve ao Legislativo.
Crédito do trabalhador
Sargento Lima (PL) criticou o lançamento, pelo governo federal, do programa Crédito do Trabalhador, que utiliza parte dos recursos do FGTS como garantia de empréstimos na rede bancária.
Lima comparou o programa ao fazendeiro que contrata trabalhadores e, ao mesmo tempo, vende a esses trabalhadores os produtos necessários à sobrevivência, de modo que, no final, o trabalhador gaste todo o salário nas compras e ainda acumule dívidas impagáveis.
Vagas para pessoas trans
Alex Brasil (PL) denunciou que as universidades, inclusive a UFSC, estão criando cotas para pessoas trans em áreas como Residência Médica, Dermatologia, Anestesiologia, entre outras.
“Não basta ter a melhor nota, qualificação, títulos, o que basta é se enquadrar em um recorte ideológico, uma exclusão disfarçada de justiça social”, discursou Brasil, que lamentou o caso da Brigada Militar do vizinho estado gaúcho, que reservou 12 vagas para futuros policiais trans.
A ameaça dos antivax
Fabiano da Luz (PT) relatou que os técnicos que estão organizando o 3º Simpósio Catarinense de Imunização estudam cancelar o evento, haja vista as ameaças de invasão.
“O evento está para ser cancelado porque tem ameaça de invasão de pessoas antivacinas. É de se imaginar que isso poderia acontecer, se não estão preocupados com a saúde de seus filhos, deixem quem está preocupado em fazer o trabalho. Esperamos que as autoridades tenham a força, determinação e o respaldo para promover o evento”, finalizou Fabiano.