Já se foi o tempo de quando ao se falar em agronegócio de São José do Cerrito a imagem era da produção de feijão. Na última década, essa história tem mudado e a produção agrícola, responsável por quase 80% da economia do município, tem um novo perfil. A produção de feijão continua, mas agora divide espaço com o cultivo de outras culturas, como a soja, milho, morango, fumo e pecuária, são aproximadamente 50 mil cabeças no rebanho local.
O secretário de Agricultura do município, Antônio Carlos Paes de Oliveira, diz que o incentivo a diversificação da produção agropecuária no município tem ganhado maior força nos últimos três anos, graças a uma maior integração entre o poder executivo, legislativo e sociedade civil. “Nossa agricultura tem evoluído bastante, por que todos estão unidos em prol deste crescimento”, afirma o secretário.
Entre as muitas ações realizadas ele informa que já foram investidos mais de R$ 3 milhões, sem qualquer financiamento e que proporcionou a aquisição de cinco tratores, uma caminhonete Strada, um automóvel Fiat Argo, a aquisição de 63 implementos agrícolas diversificados, os quais estão cedidos em forma de comodato para as associações de agricultores do município. “Nestes últimos três anos com o apoio do prefeito Dirceu, vice Leonardo, e Câmara de Vereadores, investimos mais de R$ 3 milhões para dar melhores condições para o crescimento da agricultura no Cerrito”.
O secretário considera que a maior conquista neste período foi a aquisição de um caminhão automatizado para espalhar o calcário nas lavouras, ao custo de aproximadamente R$ 930 mil, sendo o único do gênero na administração pública em toda a região. “Com este caminhão a colocação do calcário ocorre de maneira precisa, pois ele distribui exatamente o necessário para cada terreno”, explica o secretário e conta que graças a um convênio com o governo do Estado, com a Fecoagro e Epagri, já foram distribuídas aproximadamente 35 mil toneladas de calcário nos últimos 3 anos.
Este mesmo convênio permitiu a entrega de 400 kits pastagens, 5.275 sacas de sementes de milho no programa troca-troca, entre outras ações. “Desta maneira estamos contribuindo para uma agricultura sustentável em nosso município”, diz Antônio Paes, lembrando que a secretaria também obteve melhorias estruturais com a mudança de sua sede, com um espaço novo e amplo, para melhor atender a população cerritense. Ela está localizada na rua João Francisco da Silva Mota, nº 40, no centro.
ORGANIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO
Mas entre todas as ações já realizadas, o secretário de Agricultura acredita que o processo de organização, em andamento, é o mais importante. Como exemplo ele cita a busca pela regularização das mais de 40 associações de produtores rurais existentes no município. Lembrando que o auxílio no preenchimento da nota fiscal eletrônica é outro serviço prestado por sua pasta.
Ele lembra que encontrou associação com implementos agrícolas, mas sem trator para utilizá-los, outras tinham o trator e não os implementos. “Se estiver bem organizado o futuro é certo, mas se você não tiver organização não tem futuro”, analisa. O secretário diz que mais da metade das associações possuem tratores e equipamentos, e que a administração está em busca de novos tratores e equipamentos para que num breve futuro todas possuam todos equipamentos necessários para sua produção.
Paralelamente, a secretaria de Agricultura vem firmando parcerias com entidades como o Senar, Cidasc, Icasa, Sebrae entre outras, para oferecer cursos de qualificação. “Atualmente, por exemplo, estamos com o Senar realizando um curso de capacitação para tratoristas”, revela. “Estamos marcando ainda para esse ano dois cursos no setor de agricultura, (Preenchimento de nota fiscal eletrônica, Operação e manutenção de tratores), porque tem que ter qualificação e não adianta você entregar um trator, se a pessoa que opera não tem a qualificação necessária”.
Nessa linha de qualificação, Cerrito deve em novembro sediar um seminário sobre psicultura, numa parceria com a Amures, Epagri e Colégio Agrícola. “Vamos promover um grande evento e um dos pontos principais será a questão da psicultura”, conta dizendo que já existe no município um programa de incentivo a criação de peixes nas propriedades rurais, como forma de fortalecer a renda destes produtores. “Geralmente realizamos dois repasses de alevinos anualmente, com média de 30 mil alevinos de diversas espécies, onde são atendidos de 40 a 45 produtores em cada entrega”.
Já na pecuária, a secretaria vem incentivando a melhoria da qualidade genética do rebanho local, e a produção de produtos de origem animal, com inspeção municipal, contando sempre com um veterinário para atender a todos que necessitam. “A evolução da qualidade do nosso rebanho, estimado em mais de 50 mil cabeças, tem sido grande e isso é facilmente observado nas feiras que estamos realizando ao longo do ano”, finaliza Antônio Paes.