Seminário debate atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista

Por Luiz Del Moura

Com um público estimado em 3 mil pessoas, a Serra Catarinense sediou na tarde desta quarta-feira (03), o maior Seminário sobre Autismo realizado em Santa Catarina. Profissionais da rede de atendimento estadual e municipal, de unidades como Centros de Atendimento Educacional Especializado, de áreas da Saúde, Educação e Assistência Social, pais e pessoas com deficiência, lotaram o Centro Serra Convention Center, em Lages.

O II Seminário Sobre Autismo na Serra Catarinense: Transtorno do Espectro Autista, do Diagnóstico à Intervenção, Embasados em Evidências Científicas, foi organizado pela Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em parceria com a Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac, CER II – Centro Especializado em Reabilitação, AMA Lages – Associação Amigos dos Autistas e Apae de Lages.

O evento teve a discussão de temáticas que abordaram o autismo na perspectiva da Inclusão Social, ampliando estratégias para uma sociedade inclusiva.

Idealizador do seminário, o deputado estadual Lucas Neves, fez agradecimento aos participantes e lembrou do projeto de sua autoria que institui o Selo Escola Amiga do Autista. “A escola que quiser usar esse selo, terá atendimento diferenciado ao autista, com professores e instrumentos preparados num ambiente apropriado e confortável para essas pessoas”, disse o deputado.

Ele lançou um desafio para que as instituições presentes assumam o compromisso de acolher, atender as necessidades, respeitar e lutar pelas causas do autismo, através da Educação Especial. “A incidência de autismo hoje, é uma a cada 36 crianças e nós temos de estar preparados para isso. Esse é o tamanho do nosso desafio”, declarou Lucas Neves.

Para a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, o trabalho de identificação da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tem de ser feito na base, na escola. “Desde a educação infantil, temos de identificar essas pessoas e construir políticas públicas que atendam elas”, citou Carmen Zanotto, lembrando que foi criado dentro da secretaria de Estado da Saúde, uma gerência que cuida da pessoa com deficiência e doenças raras e inclui o Transtorno do Espectro Autista.

O secretário executivo da Amures Walter Manfroi e a diretora executiva do Consórcio de Saúde da Amures (Cisamures), participaram do evento representando os prefeitos da Serra Catarinense.

Palestrantes de renome nacional

O evento também buscou aprimorar a capacitação no processo de adaptação e integração do aluno no ambiente escolar. Bem como facilitar o diálogo entre professores, alunos e profissionais para melhorar a educação e o diagnóstico de pessoas com TEA.

Considerado um dos grandes conhecedores da área, o psicólogo com doutorado em Psicologia do Desenvolvimento, Coordenador do GT 79 – Transtorno do Espectro Autista com Pesquisas na saúde e educação da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia, Carlo Schmidt, palestrou sobre: Parecer do Conselho Nacional da Educação dos Direitos de Estudantes com Autismo.

Outro grande momento do evento foi a palestra de Lucelmo Lacerda de Brito, doutor em Psicologia, professor da Especialização em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) do CBI of Miami e autor dos livros “Transtorno do Espectro Autista: uma brevíssima introdução” e “Crítica à Pseudociência em Educação Especial”. Ele abordou o tema: Transtorno do Espectro Autista (TEA), do Diagnóstico à Intervenção: o Exemplo da Intervenção Mediada por Pares.

Texto e fotos: Onéris Lopes

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