Há dez anos, Projeto Conhecendo os Destinos do Lixo oportuniza aprimoramento em educação ambiental

Por Luiz Del Moura

São realizadas, no mínimo, 14 visitas técnicas anualmente, desde 2013, quando surgiu o Projeto. Em média, 25 a 30 pessoas participam de cada uma

Ao partir da premissa de seu objetivo de proporcionar reflexão sobre as possibilidades de destinação apropriada dos resíduos domésticos produzidos pelos seres humanos em seu dia a dia, bem como, favorecer às pessoas o conhecimento e a vivência em relação aos trabalhos desenvolvidos no município de Lages, o Projeto Conhecendo os Destinos do Lixo, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente, abrange estudantes desde o 9º ano do ensino fundamental até o ensino médio, universitários, empresários e gestores públicos. Este público, convidado a participar de um roteiro, é desafiado a intervir na sua própria realidade e, como efeitos, melhorar estruturas e comportamentos, além da influência sobre a comunidade em que está inserido de modo a multiplicar o conhecimento adquirido pelas experiências observadas, cooperando positivamente em relação ao meio ambiente.

São realizadas, no mínimo, 14 visitas técnicas anualmente, desde 2013, quando surgiu o Projeto. Em média, 25 a 30 pessoas participam de cada visita. “Fator pelo qual se favorece maior sensibilização e conscientização das pessoas quanto a sua capacidade de fazer a diferença sobre a melhor destinação de seus resíduos”, comemora a coordenadora do Projeto, a diretora de Meio Ambiente, Silvia Oliveira. Inclusive, o Município recebeu, como doação pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), um ônibus para o transporte dos participantes, portanto, facilitou a sua execução.

Cada visitação oferece determinado itinerário, a depender do grupo e disponibilidade para receber a equipe e ações possíveis de prática por estes grupos em situações com percepção e detecção de necessidades de melhoria.

O Projeto Conhecendo os Destinos do Lixo, de promoção de ações concretas em favor do correto direcionamento dos resíduos, possui o apoio da prefeitura de Lages e de parcerias, como o projeto Local de Entrega Voluntária de Resíduos Recicláveis (LEV) de óleo usado de cozinha, com a doação de bombonas para implementar os Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) – atualmente são em torno de 50 pontos distribuídos por Lages; implantação de espaço de compostagem para a destinação dos resíduos orgânicos – Método Lages de Compostagem do Projeto Lixo Orgânico Zero (LOZ); campanhas para divulgação da destinação correta de eletroeletrônicos a serem encaminhados à empresa Eco Centro Sul Gerenciamento de Resíduos Tecnológicos, e incentivo à  reciclagem  e  ao uso correto dos Ecopontos (locais de entrega voluntária para coletar itens que não são mais utilizados pelas pessoas. Contêineres divididos por compartimentos e representados por cores diferentes para cada tipo de material a ser descartado, como, metal e alumínio, plástico, papel, vidro e eletrônico – Estão nos bairros e loteamentos Sagrado Coração de Jesus, Copacabana, Araucária, Guarujá, Universitário, Santa Mônica, Bela Vista e Petrópolis) e dos Locais Entrega Voluntária de Resíduos Recicláveis (LEVs) implantados em escolas, entre outras iniciativas exercidas com o passar do tempo.

Por onde o Conhecendo os Destinos do Lixo passa, afinal?

Os locais visitados são espaços em que se faz compostagem – escolas ou hortas comunitárias; Ecopontos; Horto Municipal das Flores, no bairro Caça e Tiro, em que são produzidas mudas de plantas e efetuada entrega de poda triturada; Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Lages (Cooperlages); Eco Centro Sul Gerenciamento de Resíduos Tecnológicos; residência do casal de trabalhadores coletores de materiais recicláveis, João e Jaci, no bairro São Francisco (pessoas distribuidoras e recolhedoras do denominado Projeto Saco Verde, recipientes nos quais devem ser depositados somente materiais recicláveis. São executores e fiscais desta conduta da população colaboradora e habitante dos bairros Vila Comboni, São Francisco e São Paulo. Esta família mora no bairro onde está o campus de Lages do Instituto Federal de Santa Catarina – Ifsc, unidade educacional já desenvolvedora da compostagem); aterro sanitário municipal, e empresa utilizadora de recicláveis como matéria-prima de produtos. Para esta quinta-feira (30 de novembro) estão reservadas visitações à Cooperlages, casa de João e Jaci e aterro sanitário.

Como começou?

Iniciado pelo Grupo de Apoio à Implementação e Gestão dos Resíduos Sólidos (Garis), no qual a diretora de Meio Ambiente, Silvia Oliveira, estava engajada, o Projeto Conhecendo os Destinos do Lixo foi retomado a partir de 2017, pela prefeitura. A intenção do Garis é exercer a educação ambiental pela visitação a endereços de abrigo de mobilizações e abordagens do segmento e sustentáveis, como o aterro sanitário municipal, Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Lages (Cooperlages) e pontos de microcompostagem orgânica, então, se conhecer os caminhos percorridos pelo lixo gerado, provocando a tomada de consciência para a necessidade de ações à destinação mais adequada, seja para reciclagem, compostagem ou aterramento. Participam o Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MP/SC) – 13ª Promotoria de Justiça de Lages; Centro de Ciências Agroveterinárias, da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV/Udesc), Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac); Incubadora Tecnológica de Cooperativa Populares (ITCP/Uniplac), e Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente.

Projeto Saco Verde para 2024 em expansão pela cidade

Concebido em 2022, o Projeto Saco Verde, com orientações prestadas à comunidade habitante da região territorial dos bairros São Francisco, São Paulo e Vila Comboni, entre julho e julho, pela Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, entrega de cinco pacotes compostos por sacos verdes, e protagonismo do casal de coletores de materiais recicláveis, João e Jaci, deverá ser ampliado para outras áreas de Lages em 2024 diante do êxito da receptividade, aceitação e respeito das famílias diante deste projeto piloto.

Texto: Daniele Mendes de Melo

Fotos: Divulgação

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