Nascido em 03 de setembro de 1888, Nereu de Oliveira Ramos, se estivesse vivo comemoraria 133 anos. Natural da Coxilha Rica, Nereu Ramos foi o único lageano e catarinense até agora a chegar ao cargo de Presidente da República. Seus pertences e os restos mortais estão localizados no Memorial Nereu Ramos, equipamento gerido pela Prefeitura de Lages, por meio da Fundação Cultural (FCL), na Rua Frei Rogério, no Centro.
Conheça a história
Nereu de Oliveira Ramos foi advogado, jornalista, professor e político brasileiro. Foi o 12º Vice-presidente do Brasil, eleito pelo Congresso Nacional, de 1946 a 1951, e, posteriormente, o 20º presidente da República durante dois meses e 21 dias, de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956. Foi o único catarinense que presidiu o Brasil e o último Presidente a nascer antes da Proclamação da República do Brasil. Filho de Vidal Ramos, governador de Santa Catarina, de 1910 a 1914, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1909. Foi deputado da Assembleia Legislativa de Santa Catarina na 7ª legislatura (1910 — 1912) e na 10ª legislatura (1919 — 1921). Em 1927 foi fundador e primeiro presidente do Partido Liberal Catarinense. Em 1930 foi eleito deputado federal, mas com o fechamento do congresso teve seu mandato extinto. Apoiou a Revolução Constitucionalista de 1932 e em 1933 foi eleito deputado constituinte com a maior votação de seu estado. Foi um dos 26 deputados integrantes da comissão encarregada de examinar o anteprojeto de constituição preparado pelo Governo Provisório da Revolução de 1930. Nas eleições estaduais de 1934, foi eleito deputado federal novamente com a maior votação do estado de Santa Catarina.
Como 1º vice-presidente do Senado Federal, de acordo com a Constituição vigente na época, era o terceiro na linha de sucessão constitucional da Presidência da República. Em 11 de novembro de 1955, assumiu a Presidência do Brasil em virtude da ocorrência de três fatos históricos: o suicídio do titular, Getúlio Vargas, ocorrido em 24 de agosto de 1954; o pedido de licença por motivos de saúde do presidente Café Filho – sucessor de Getúlio, que sofre posterior impeachment, já no governo Nereu Ramos – ocorrido em 8 de novembro de 1955 e o impeachment do presidente Carlos Luz, liderado pelo General Henrique Lott, no movimento de 11 de novembro. Coube a Nereu Ramos, em sua breve passagem pela presidência do Brasil, de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, sob estado de sítio, completar o quinquênio presidencial. A crise política em que mergulhara o país, após o suicídio de Getúlio Vargas, projetou a figura do Ministro da Guerra Henrique Lott, por ter assegurado tanto a posse de Juscelino Kubitschek e de João Goulart, eleitos em 1955, como a continuidade democrática. Com a posse de Juscelino Kubitschek, Nereu assumiu o Ministério da Justiça. Em 1957 voltou ao Senado, demitindo-se do ministério. A 17 de maio de 1958 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal. Faleceu em 16 de junho de 1958, em desastre aéreo. O avião, um Convair CV-440 de matrícula PP-CEP da Cruzeiro do Sul, procedente de Florianópolis, acidentou-se durante o pouso em São José dos Pinhais, vitimando dezoito passageiros. Também faleceram no acidente os políticos catarinenses Jorge Lacerda, governador de Santa Catarina na ocasião, e Leoberto Leal, então deputado federal por Santa Catarina.
Foi sepultado no Rio de Janeiro. Seus restos mortais foram depois transladados para Lages, sua cidade natal, sendo resguardados no Memorial Nereu Ramos, juntamente com um acervo de documentos e fotografias, e também partes do avião acidentado.
Horários de visitação
O Memorial Nereu Ramos está aberto de segunda a sexta das 09h às 11h30 e das 14h às 17h30. Para consultas de protocolos para visitação e agendamento de grupos o telefone disponibilizado é o (49) 3019-7498.
Texto: Luan Turcati
Fotos: Acervo Memorial Nereu Ramos/Fundação Cultural de Lages e Prefeitura de Lages.