O Sebrae/SC e a Cooperativa Frutas de Ouro apresentaram na segunda-feira, 8 de dezembro, os resultados do projeto Trabalho Legal na Maçã, iniciativa que, ao longo de um ano, promoveu melhorias estruturais, sanitárias, legais e operacionais em 34 propriedades rurais de São Joaquim. A região, maior produtora de maçã de Santa Catarina e com previsão de superar 615 mil toneladas em 2026, passa a adotar padrões mais elevados de gestão e segurança na produção.
O projeto elevou a média de conformidade legal da cooperativa de 48% para 70%, alcançando 76% após o cumprimento dos planos de ação. Dez propriedades superaram 90% de adequação. Houve também avanços expressivos em segurança, como ampliação do uso de EPIs, expansão de depósitos exclusivos para agrotóxicos (74%), implantação de bacias de contenção (65%) e melhorias nas condições de alojamento e abastecimento de água potável.
De acordo com o consultor responsável, Alexandre Lerípio, a evolução da Frutas de Ouro consolidou a cooperativa como referência estadual. “A média saltou para 76% porque os produtores que mais precisavam evoluir avançaram de forma consistente. Nenhuma propriedade ficou em nível crítico de risco, e metade está no nível baixo, o que é excepcional para uma cadeia tão complexa quanto a maçã”, destacou. Ele também ressaltou a adoção de soluções práticas no campo, incluindo adaptações de baixo custo que atendem plenamente às normas de segurança.
A presidente da cooperativa, Marilene Silveira Castelo Branco, reforçou o impacto do projeto na reputação construída ao longo de 27 anos. “Precisávamos estar preparados para atender à NR 31, que estabelece as regras de segurança, saúde e bem-estar para quem trabalha no campo, e preservar a credibilidade da cooperativa. A parceria com o Sebrae superou nossas expectativas. Para prosperar, é preciso ordem, e este trabalho trouxe resultados concretos”, afirmou.
O produtor Flávio Costa Artismo, reconhecido como o cooperado que mais implantou ações — saindo de 13% de conformidade no início do projeto e chegando a 78% ao final — destacou que a transformação começou pela organização. “O curso de 5S, metodologia de organização e gestão que ajuda empresas e propriedades rurais a trabalharem de forma mais limpa, segura, eficiente e produtiva, foi decisivo. É disciplina. A gente faz, e o Sebrae cobra. E isso funciona”, afirmou.
Para o Sebrae/SC, a iniciativa reafirma o compromisso de promover um ambiente produtivo mais seguro, competitivo e sustentável para quem vive e trabalha no campo. O vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/SC, Antonio Marcos Pagani, lembrou que o projeto nasceu para evitar situações que comprometam a saúde, a produtividade e a conformidade trabalhista nas propriedades. “O trabalho realizado aqui é extraordinário e traz segurança jurídica, saúde e competitividade aos produtores”, afirmou.
Pagani destacou ainda que, mesmo diante de desafios enfrentados por outras cadeias agrícolas no Estado, a maçã segue resiliente e com boas perspectivas. “Fala-se em um aumento de 15% na produção para 2026. Isso é um orgulho para nós”, reforçou.
Por Catarinas Comunicação || Texto e fotos Lizzi Borges