Minicirculação do espetáculo “A Dança do Urubu e o Mimizinho Curandô” promove inclusão e debate social

Por Luiz Del Moura

As escolas Pinto Sombra, Pedro Cândido, a APAS e a Irmandade Nossa Senhora das Graças foram os locais visitados.

Lages foi palco da minicirculação do espetáculo de teatro “A Dança do Urubu e o Mimizinho Curandô” na última semana. A peça, que narra a história reinventada do Mestre Mimi, foi apresentada com personagens feitos de serragem, percorreu escolas e instituições para proporcionar momentos de cultura e reflexão para variados públicos. Traduzida em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, a apresentação garantiu a inclusão de pessoas surdas.

A diversidade de público foi um dos pontos altos desta iniciativa, que chegou a 315 pessoas. Nas escolas, o espetáculo foi apresentado para estudantes, enquanto na Irmandade Nossa Senhora das Graças a apresentação contou com a presença de alunos e suas famílias. Na APAS (Associação de Pais e Amigos dos Surdos), uma apresentação exclusiva e adaptada foi realizada para atender melhor às necessidades dos deficientes auditivos.

Cada sessão do espetáculo foi seguida por uma roda de conversa, na qual foram discutidos temas relevantes abordados na peça, como racismo, trabalho infantil e a valorização da escola e da importância do estudo. Também foi ressaltada a questão da transmissão da tradição oral e como esses saberes podem ser reinventados e levados a locais onde geralmente não chegam.

A professora Patrícia Lozeyko de Sá, que trabalha com deficientes auditivos, destacou a relevância da adaptação do espetáculo. “Para os surdos, a tradição oral não chega. Quando assistiram e acessaram o espetáculo de teatro de bonecos, conseguiram vislumbrar e acessar essa tradição, reforçando a importância de práticas e projetos como este”, afirmou.

Para o artista Adilson Freitas, a minicirculação do espetáculo “A Dança do Urubu e o Mimizinho Curandô” não apenas levou cultura a diversos públicos. “ Com certeza, também promoveu inclusão e debate sobre questões sociais cruciais, reafirmando a importância do acesso à cultura como um direito de todos”.

O projeto foi possível graças ao edital da Lei Paulo Gustavo Municipal, da Fundação Cultural de Lages e da Prefeitura de Lages. A execução ficou por conta do Grilo Brincante, uma instituição que faz parte da Associação Cultural Matakiterani.

Texto: Taina Borges – Foto: Paula Abreu

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