Encenação da Paixão de Cristo no Morro da Cruz, 24 anos de história

Por Luiz Del Moura

O maior espetáculo religioso do Sul do país, que leva mais de 50 mil pessoas ao Morro da Cruz está completando 24 anos, porém a tradição de subir o morro para colher Macelas tem mais de um século de tradição

A Sexta-feira Santa (29), amanheceu nublada, porém pouco antes do espetáculo religioso da Encenação da Paixão, o sol resplandeceu forte, atraindo ainda mais o grande público presente no alto do Morro, e com a presença do vice-prefeito Juliano Polese Branco, que teve bastante fôlego para subir os 500 degraus da Escadaria Frei Silvério.

Conforme a programação, às 9h30 teve início a Encenação da Paixão de Cristo, cujos 40 atores em cena são integrantes do Movimento Tabor, sob a direção de Netto Arruda.

História da Semana Santa

O coordenador geral do Movimento Tabor, Helio Diniz Furlan, lembra que o evento foi criado oficialmente no ano 2.000. Mesmo ano em que Frei Silvério Fávero faleceu. “Frei Silvério foi o grande idealizador das procissões e celebrações no Morro Grande.

Exatamente no ano em que seriam inauguradas as novas instalações no morro, como a escadaria em homenagem aos 500 anos de descobrimento do Brasil, ele faleceu no dia 4 de março. No dia 22 de abril, daquele ano, além da inauguração, foi realizado o primeiro evento da Semana Santa, no alto do Morro Grande”, lembra.

Morro da Cruz

Nos idos dos anos 1970/80, Frei Silvério observou essa manifestação fervorosa dos lageanos e foi então construída uma cruz, com trilhos, e ele ia na Sexta-feira Santa com um carro de som e fazia as comemorações religiosas, desde às 6h da manhã até o meio da tarde, para depois descer o Morro em procissão até a Igreja do Navio. Foi o processo de mudança natural do Morro Grande para Morro da Cruz, lembra Furlan.

Complexo Religioso

Com a construção do Complexo Religioso no local pela Prefeitura do Município, mudou completamente o cenário, porém o fato da morte do religioso poucos dias antes acabou não dando a grandiosidade a Encenação da Paixão, como havia sido planejada. “Mesmo assim o povo afluiu e foi grande a presença, mesmo que os organizadores estivessem bastante abalados pela morte do Frei.

Nos anos seguintes o evento religioso cresceu, ganhando apoio do Governo do Estado e da Prefeitura do Município, que passaram a organizar com o Movimento Tabor a Encenação, tendo sido então no ano de 2003 um espetáculo de nível estadual, diz o historiador Furlan.

Texto: Milton Barão

Fotos: Toninho Vieira

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