Prefeitura de Lages construiu e reformou mais de 120 casas no ano passado e a meta é chegar a 200 neste ano

Por Luiz Del Moura

Ter um lar para chamar de seu, um reduto que lhe garanta a segurança que todos buscam. A conquista da casa própria é um sonho para 87% dos brasileiros, segundo dados recentes da maior plataforma de moradia da América Latina, o Grupo QuintoAndar, que realizou pesquisa inédita sobre os hábitos, os desejos e os anseios da população brasileira em relação ao lar. Para 95% das pessoas, a casa é o seu local favorito e é onde 76% passam a maior parte do tempo.

Mas a realização deste sonho fica cada vez mais distante das famílias de baixa renda, que dependem dos programas sociais do governo para a sobrevivência e a segurança alimentar torna-se prioridade. Não ter a casa própria implica ainda num problema maior, pois os custos com aluguéis comprometem boa parte da renda familiar.

Em Lages, a prefeitura, através da Secretaria de Assistência Social e Habitação está fazendo a sua parte. Somente no ano passado realizou mais de 120 obras, entre casas novas e reformas. Segundo o secretário de Assistência Social e Habitação, Jean Pierre Ezequiel, a meta para este ano é chegar a 200 casas. “Temos uma média de mais de dez construções e reformas por mês, somos a cidade que mais constrói casas em Santa Catarina e temos muito orgulho deste índice. Nosso compromisso como poder público é aproximar os serviços oferecidos das pessoas que realmente precisam”, destaca Jean.

As residências construídas são de madeira e contam com aproximadamente 40 metros quadrados, podendo ser maiores dependendo do tamanho da família. Possuem dois quartos, sala e cozinha. Em alguns casos as famílias são contempladas com a construção do banheiro, em outros recebem o auxílio do material ou a mão de obra para que elas mesmas tenham condições de construir.

O olhar sensível da administração municipal atende também aqueles que tiveram suas residências destruídas por incêndios. Em 2021 foram reconstruídas 18 casas nesta situação, devolvendo a dignidade a estas famílias e dando a assistência necessária para que pudessem recomeçar a vida.

Perfis que se enquadram nas doações

Ao se cadastrar na Secretaria, as pessoas precisam se encaixar nos critérios definidos para a contemplação. O primeiro deles é não possuir casa própria e ter renda familiar de até R$1.800,00 mensais. Também estão entre as prioridades mulheres chefes de família com filhos menores; idosos; pessoas com deficiência; famílias que residam em área de risco, decretado pela defesa civil; comprovar residência no município há dois anos. Para ser beneficiado precisa estar cadastrado no setor de habitação. Funcionário público do município, não tem direito a atendimento habitacional.

De acordo com o executivo de Habitação, Anilton Freitas, as pessoas cadastradas recebem visitas de uma equipe técnica com assistente social para averiguação da real situação. “Vamos in loco visitar as famílias e verificar aquelas que realmente se enquadram no perfil exigido para a contemplação, nosso objetivo é ajudar os que mais precisam”, destaca o executivo.

 

Moradia e vida digna

Zenilda Ramos, 70 anos, a Tia Zê, como é popularmente conhecida, conquistou o sonho da casa própria. Moradora do distrito de Santa Terezinha do Salto foi contemplada pelo programa habitacional da Prefeitura de Lages há quatro meses e conta feliz como é morar no seu lar doce lar. “Agradeço à administração municipal e toda sua equipe por hoje ter a felicidade de morar na minha casinha. Estou sem rádio, mas vou na cidade e vejo como tudo está bonito. Acompanho as coisas feitas pelo bem da comunidade”, comenta.

Ela mora com duas filhas, uma delas com graves problemas de saúde, e uma neta de sete meses de idade. Com a renda do aposento de apenas um salário mínimo, o dinheiro mal dava para pagar o aluguel de R$400 reais de onde morava e a compra dos remédios.

Com as mãos calejadas de uma vida inteira de trabalho árduo e enfrentando problemas sérios de saúde, agora, na sua melhor idade, desfruta do sossego e a segurança de um lar. As mesmas mãos que colocaram o pão na mesa da família durante anos, capina o jardim que embeleza o pátio da casa nova. “A primeira coisa que fiz quando cheguei foi plantar minhas florzinhas. Agora dá gosto de enfeitar, porque tudo aqui é meu de verdade”, diz emocionada.

Do aluguel social à casa própria

Helena Margarete Silva de Oliveira, 61 anos, precisou do auxílio da prefeitura para o custeio da sua moradia durante quatro anos. O chamado aluguel social trata-se de um valor de até R$700 reais pagos às pessoas que passam por extrema necessidade e vulnerabilidade social.

Cadastrada na Secretaria da Assistência Social e Habitação, recebeu a notícia de que seria contemplada com uma casa própria por esta gestão. No caso dela foram doados a residência e o terreno localizados no bairro Novo Milênio. “Eu e meu esposo ficamos tão felizes ao ver nossa casa, que foi entregue pintada e pronta para morar. Só temos a agradecer”, diz.

Uma ajuda que vale ouro

Salete Verde e o esposo Edson Luis enfrentavam grandes dificuldades financeiras para manter a família. Ela do lar e ele artesão, pagavam um aluguel de R$450 reais numa casa do bairro Tributo, o que comprometia a renda familiar. Com cinco filhos, três adultos que conquistaram a independência financeira, e um adolescente de 15 anos e um menino de três anos que moram com eles, o orçamento ficava bastante apertado.

A solução foi se cadastrar na Secretaria e ser contemplados com uma casa que foi construída nos fundos do lote da mãe dela, também no bairro Tributo. Ganharam a casa e o material para a construção do banheiro, que está sendo feito pelo próprio irmão de Salete, que não cobra a mão de obra. “Existem anjos em nossas vidas que nos ajudam. Agora que estamos encaminhados e saímos do aluguel, a vida começa a ficar mais fácil”, afirma.

 

Texto: Aline Tives

Fotos: Toninho Vieira

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