O impacto das mudanças climáticas na economia de um país pode comprometer a saúde financeira, por isso, a agenda de sustentabilidade está no radar dos bancos centrais. É o que explica o chefe de gabinete da diretoria de regulação do Banco Central do Brasil, Ricardo Harris. Ele abriu a agenda de debates sobre economia verde em evento promovido pela Academia FIESC de Negócios, nesta quinta-feira (18), em Florianópolis.
“Mudanças climáticas nos deixam mais vulneráveis a choques macroeconômicos que são cada vez mais frequentes. Choques climáticos podem impactar a missão dos bancos centrais de manter a inflação baixa e o sistema financeiro”, observou. No Brasil, essa agenda envolve uma discussão sobre aumentar a alocação de capital para atividades às vezes menos lucrativas, mas que trazem impactos positivos para a sustentabilidade.
Na contramão do mundo, o Brasil aumentou a emissão, muito por conta do desmatamento de florestas, de acordo com Harris. Dados de um levantamento da Bloomberg de 2021 mostram alguns marcos que precisam ser alcançados até 2030 para chegar a zero emissão de carbono no mundo em 2050. Entre eles, está a geração de 500 gigawats anuais de energia eólica, a produção de 35 milhões de veículos elétricos por ano e a substituição do uso de energia de carvão em 70%.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, reforçou o quanto a indústria está atenta ao tema. “O conceito de economia verde é uma forma mais concreta de modificar a indústria e avançar rumo ao desenvolvimento sustentável e uma maneira eficaz de implementar os princípios da sustentabilidade no desenvolvimento econômico”, frisou. “Por isso, baixo carbono, eficiência no uso de recursos naturais e inclusão social são temas recorrentes e tratados com profundidade pela Federação”, completou.
A programação da tarde do Radar Pocket inclui painéis com o diretor-executivo da Noale Energia, Frederico Boschin e o diretor de Sistemas Industriais & e-Mobility da WEG Automação, Valter Luiz Knihs. O diretor de desenvolvimento de novos negócios da Tupy, Andre Ferrarese, o diretor-executivo de Agro e Sustentabilidade na Seara (JBS), José Antônio Ribas e o diretor de Comercialização de Energia da ENGIE, Grabriel Mann, participam ainda de debate industrial com o executivo da WEG.
Assessoria de Imprensa Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina