Um dos desafios da 1ª Conferência Municipal de Saúde Mental realizada nessa terça-feira (15 de março), em Lages, é a falta de leitos hospitalares para pacientes acometidos de doenças mentais. O problema foi exposto durante a abertura da conferência, na manhã dessa quarta, no CCJ da Uniplac, pelo secretário municipal de Saúde, Claiton Camargo de Souza.
O secretário explicou que este problema não está restrito ao munícipio, mas tem sido uma falha do sistema de saúde em nível estadual. “Hoje a UPA 24 Horas enfrenta este problema de falta de leitos hospitalares para esses pacientes, os quais, não raras vezes, têm de permanecer por vários dias, nesta unidade de saúde, até que leitos sejam disponibilizados na rede hospitalar. Hoje as urgências e emergências se obrigam a ficar com estes pacientes por período demasiado e isso é um desafio para esta conferência. Temos de discutir aqui este problema e ver por que ele ainda não foi solucionado, pois trata-se de uma demanda já abordada e discutida em outras conferências municipais de saúde”, destacou Claiton de Souza.
A 1ª Conferência de Saúde Mental foi aberta ao público em geral, mas a grande parte dos participantes são profissionais da rede municipal de saúde, tanto pública como privada: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e gestores das Unidades de Saúde.
A secretária executiva do Conselho Municipal de Saúde, Sara Córdova Duarte, explicou que nesta conferência serão apresentadas e discutidas propostas de melhorias gerais no sistema de atendimento à saúde mental, sendo que as propostas aprovadas serão enviadas para a conferência macrorregional a ser realizada na cidade de Caçador-SC. Oito delegados municipais serão escolhidos para a macrorregional.
Dentre os objetivos da 1ª Conferência destaca-se a proposição de diretrizes para formulação de políticas públicas para a saúde mental e o fortalecimento dos programas e ações em todo o território nacional, de acordo com os seguintes eixos e subeixos:
Cuidado em liberdade como garantia de direito à cidadania;
Gestão, financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental;
Política de saúde mental e os princípios do SUS: universalidade, integralidade e equidade
Impactos na saúde mental da população e os desafios para o cuidado psicossocial durante a pós-pandemia
Três palestras foram proferidas, discorrendo-se sobre os seguintes temas: Cuidado em liberdade como garantia de direito à cidadania; política de saúde mental e os princípios do SUS (palestrante Rafhael Henrique Travia); financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental (palestrante Heloisa Venturi Luz).
O vice-prefeito, Juliano Polese fez parte da mesa de trabalho de abertura da 1ª Conferência Municipal de Saúde.
Texto: Iran Rosa de Moraes
Fotos: Ary Barbosa de Jesus