A sessão do Tribunal do Júri da comarca de Lages, iniciada às 9h desta quinta, durou mais 16 horas. No júri popular, quatro réus foram julgados pela morte de um homem em frente a uma boate, em 2018, além de agressões a outras duas vítimas. Eles foram condenados a penas que, somadas, passam dos 57 anos de prisão pelos crimes de homicídio – qualificado pelo do motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima – e lesão corporal. Os trabalhos foram presididos pelo juiz Sérgio Luiz Junkes, titular da 1ª vara Criminal.
Todos os fatos foram esclarecidos por sete testemunhas durante o julgamento, sendo cinco de acusação e duas de defesa. Entre elas estavam as duas vítimas. No final dos trabalhos, o Conselho de Sentença condenou um dos réus a 24 anos e 10 meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio duplamente qualificado e uma lesão corporal. Outro, a 18 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio triplamente qualificado.
Pelo crime de homicídio qualificado, o terceiro réu foi condenado a 14 anos de reclusão, em regime fechado. O quarto homem foi condenado a quatro meses de detenção pelo crime de lesão corporal praticado duas vezes.
Sobre os fatos
Os crimes ocorreram em frente a uma casa noturna no bairro Copacabana. Conforme a denúncia do Ministério Público, um dos réus urinava em frente à boate quando duas mulheres saíram e foram surpreendidas com a cena. Uma delas reprovou a atividade e foi xingada por ele. O marido, vítima do grupo, pediu que não a ofendesse e ofereceu um banheiro do estabelecimento.
Além de não aceitar, o denunciado passou a ofendê-lo também. Para evitar atritos, os três retornaram para boate. Neste momento, o homem passou a chutar a porta fazendo com que as três vítimas, homens proprietários do estabelecimento, saíssem e fossem surpreendidos com chutes, socos, pedradas e golpes com capacetes. Uma das vítimas caiu no chão. O homem recebeu chutes e golpes de capacete, praticamente todos na região da cabeça. Mesmo depois da vítima convulsionar, as agressões continuaram. Ele morreu dias depois no hospital. As outras duas vítimas sofreram lesões corporais.
NCI/TJSC – Serra e Meio-Oeste