Em uma parceria entre a Amures, por meio do Consórcio Intermunicipal Serra Catarinense (Cisama), o Grupo de Patologia Animal (GPV) e o Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA) da Udesc Lages, teve início na manhã desta quinta-feira (6), no Anfiteatro Flávio Krebs Ramos, do Curso de Agronomia, o 1º Simpósio de Saúde Única da Serra Catarinense.
O evento, que se estende até o final da tarde, tem como objetivo aproximar profissionais de diferentes áreas da saúde como médicos, enfermeiros, veterinários e agentes de vigilância, com o propósito de fortalecer as ações de prevenção e controle das zoonoses na região.
A primeira palestra foi ministrada pela doutora em Ciências Veterinárias, Renata Assis Casagrande, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc Lages), com ampla experiência em patologia animal, aviária e de animais silvestres. Ela abordou o tema “Diagnóstico post-mortem e controle de doenças zoonóticas, transmissíveis e maus-tratos em animais na região da Amures”.
“Esse projeto iniciamos com o Cisama no ano passado para traçar um diagnóstico das doenças que estão ocorrendo e que têm potencial de impacto para a saúde dos animais e também podem ser transmitidas aos humanos”, explicou Renata Casagrande.
Entre as doenças destacadas por ela estão a raiva, considerada a principal zoonose, além de tuberculose e brucelose, que têm grande importância tanto para a saúde animal quanto humana. A professora também mencionou a esporotricose, infecção fúngica que acomete animais de pequeno porte e pode ser transmitida ao homem, mas que possui tratamento eficaz com medicamentos antifúngicos.
Renata enfatizou ainda os riscos da raiva, uma doença viral grave e quase sempre fatal após o aparecimento dos sintomas, alertando que a prevenção depende da vacinação dos animais e da busca imediata por atendimento médico após qualquer contato suspeito.
Parceria pode ajudar a controlar as zoonoses
Desde julho de 2024, o Cisama, em conjunto com o GPV e o PPGCA da Udesc Lages, vem desenvolvendo um diagnóstico das causas de morte e das principais doenças zoonóticas que afetam a Serra Catarinense.
O diretor-geral do CAV, professor André Thaler Neto, destacou a importância da iniciativa. “Certamente teremos outras grandes parcerias. Estamos orgulhosos de participar deste projeto que ajuda os municípios. Como o nome da nossa instituição já diz — Universidade do Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina —, somos gratos por este momento”, afirmou.
O secretário executivo da Amures, Walter Manfroi, ressaltou a relevância do projeto do ponto de vista preventivo: “É fundamental conhecer as causas de morte dos animais para prevenir doenças que possam atingir os seres humanos e os rebanhos em geral. Esse simpósio aprofunda essa discussão e fortalece a segurança sanitária de todos”, destacou.
Já o diretor executivo do Cisama, Selênio Sartori, lembrou que o diagnóstico e a destinação correta de animais mortos também são questões ambientais importantes: “A compreensão da saúde única nos leva a refletir sobre nossa relação com o meio em que vivemos. Temos responsabilidades para mudar realidades e prevenir doenças que são evitáveis”, enfatizou.
A comissão organizadora do simpósio e responsável pelo projeto é formada por Andressa Steffen Barbos e Thiago Henrique Cordeiro, do Cisama. E por Claudia Salete Wisser, Islen Emanuelli Rodrigues Cardoso, Lucas Marian e Renata Assis Casagrande, do CAV/Udesc Lages.
Durante o evento, foram debatidos temas como: O papel do diagnóstico da raiva na saúde humana e animal; Brucelose e tuberculose: o problema pode estar mais perto do que você imagina; Fluxos de notificação e coleta de zoonoses de importância epidemiológica.
O simpósio encerrou com uma mesa-redonda sobre Saúde Única na Região da Amures, reunindo os palestrantes para discutir estratégias e desafios regionais no enfrentamento das zoonoses.
Texto e fotos: Onéris Lopes
Assessoria de Comunicação | Amures