Agroindústrias familiares visualizam a possibilidade de compra cooperativada

Por Luiz Del Moura

Agroindústrias familiares de pequeno porte e produtores da Serra Catarinense tiveram oportunidade de visualizar um modelo de associativismo capaz de possibilitar, inicialmente, a compra de produtos, organizada de forma coletiva. O presidente da Associação de Agroindústrias Alimentícias de Santa Catarina (ASAASC) e da Cooperativa Saborense, do Meio Oeste, Wolmir Souza, explicou em detalhes, como o sistema foi implantado na região dele, e que vem operando há 12 anos. O encontro promovido pelo Sebrae, Cisama e Epagri, aconteceu no auditório do Mercado Público Municipal, na tarde desta quinta-feira (2).

Representantes das empresas e produtores da Serra atenderam ao convite, e demonstraram amplo interesse em avançar com a ideia. O sistema carrega a tese de que a soma dos pequenos torna um processo grande e competitivo. Com a junção de forças é possível fazer escala, diminuir preços na compra, ampliar mercado e diluir custos. Ao abrir a reunião, o gerente regional do Sebrae, Altenir Agostini, ressaltou a necessidade de evoluir o processo de integração, com ações coletivas, a partir de uma organização inicial, e agradeceu a presença de todos.

Por sua vez, Selênio Sartori, do Cisama, comentou que o modelo também favorece a compra das demandas em rede, e que poderá contar com a participação de empresas dos 18 municípios da Amures. O avanço da proposta é motivador, e vai depender da avaliação conjunta e da experiência das agroindústrias da região. O agente técnico da Epagri, Aziz Abou Hatem, lembrou que o grande gargalo dessas pequenas agroindústrias é a comercialização. Segundo ele, são cerca de 80 estabelecimentos que precisam se organizar, especialmente na parte comercial, para que eles possam se concentrar na produção. “A reunião sobre o associativismo integra essa parte da organização, aproveitando a visibilidade já existente no que as empresas já produzem”, destacou.

O dirigente da Associação e da Cooperativa, Wolmir Souza, fez um relato resumido, porém, sem ocultar as dificuldades que até hoje os 46 associados seguem enfrentando. Serão necessárias inúmeras reuniões para que estabeleçam os métodos, levando em conta as peculiaridades das empresas locais, na produção dos mais variados produtos. No entanto, enalteceu o fator compra de matéria-prima e os benefícios aos associados. Informou, que a Saborense está entrando num novo processo, o das vendas, através de uma marca única que carrega toda a diversidade dos produtos. “Na Serra, é preciso seguir um caminho, e que se for iniciado o processo, será primeiramente a partir das compras coletivas”, disse Wolmir.

Parceria de órgãos locais

Os produtores e as pequenas agroindústrias não estarão desamparados. Além da experiência da cooperativa da região do Meio-Oeste, vão poder efetivamente contar com as parcerias do Sebrae, do Cisama e da Epagri. Uma vez decidido, o modelo deverá ser construído levando em consideração as características regionais, para que as compras sejam efetivadas coletivamente. Por hora, apenas a ideia de criar uma organização na Serra está plantada. Porém, deverá avançar seguindo o mesmo modelo do projeto do Sebrae que ajudou, lá em 2009, a organização da ASAAC, e posteriormente, a implantação da Saborense.

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