Revoada do papagaio-charão é atração em Urupema

Por Luiz Del Moura

São três dias para observar os papagaios-charão, que viajam 800 quilômetros até a Serra catarinense

Moradores e visitantes de Urupema iniciaram nesta sexta-feira (26), a participação no Festival do Papagaio Charão, que chega a sua 11ª edição, celebrando não apenas a beleza da ave símbolo da região, mas também promovendo a conscientização sobre a importância da preservação ambiental e da biodiversidade local.

O motivo da revoada do papagaio-charão na Serra Catarinense se dá porque é uma região onde a Mata de Araucária é mais preservada, cerca de 30% da floresta. Aliás, desde 2018 Urupema possui uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, a RPPN Papagaios de Altitude.

É uma unidade de conservação de mais de 36 hectares, equivalente a 43 campos de futebol, que ajuda a proteger os ecossistemas importantes para duas espécies: o papagaio-charão e o papagaio-de-peito-roxo. O Charão é uma ave ameaçada de extinção, já que é muito dependente das Araucárias para se alimentar durante o outono e o inverno. Como se concentram todas em um único local pequeno, qualquer situação pode colocar em risco a existência da espécie.

Além de se alimentar do pinhão, o papagaio-charão também é um importante dispersor de sementes. Enquanto come, ele deixa cair o alimento, que se espalha pela natureza e pode fazer brotar novas árvores.

A revoada do papagaio-charão tem atraído turistas de diferentes lugares do Brasil e de outros países, como Alemanha, para Urupema. Observadores de aves visitam a cidade de abril a junho para contemplar e fotografar o fenômeno.

Desde 2018, Urupema conta com a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Papagaios de Altitude, responsável por preservar a Mata de Araucárias, a casa de outono dessas aves. Um fato interessante é que quando a safra de pinhão começa a declinar no início do inverno, os papagaios-charão iniciam seu retorno para o Rio Grande do Sul, onde irão se reproduzir.

Essa espécie tem um único parceiro durante toda a vida. Entre agosto e setembro de cada ano, nascem os filhotes, de dois a três por ninho. Quando completam cerca de dois meses de vida, eles já conseguem seguir os adultos nas viagens migratórias. E assim no próximo outono o ciclo se reinicia.

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