SCGás prevê redução da tarifa para 2024 e 2025

Por Luiz Del Moura

Em reunião da Câmara de Energia da Federação das Indústrias (FIESC), nesta quarta-feira, dia 19, a direção da SCGás informou que a perspectiva é de redução gradativa na tarifa de gás: 12,5% em 2024 e 12,6% em 2025. “Os preços em Santa Catarina têm projeção decrescente e temos feito um esforço de divulgação disso para que a indústria possa se planejar. Sabemos que as decisões são tomadas com antecedência e saber os custos é uma variável importante. Temos tentado antecipar o máximo essa visibilidade por conta do portfólio de suprimento que temos e nos permite passar um certo horizonte”, explicou o diretor-presidente da distribuidora, Willian Anderson Lehmkuhl, ressaltando que essa projeção depende da manutenção do atual cenário de câmbio e petróleo.

O presidente da Câmara, Otmar Müller, lembrou que, nos últimos anos, houve uma sucessão de acontecimentos que resultaram na alta das tarifas de gás, situação que impactou os custos da indústria. “Vivemos um momento muito tumultuado e complexo, com a finalização do contrato de gás natural entre Brasil e Bolívia, a expectativa do novo mercado do gás, crise hídrica, guerra da Rússia x Ucrânia e as novas tabelas de preços da Petrobras”, citou ele, salientando que isso tudo acabou criando um desequilíbrio nos preços regionais no Brasil, prejudicando a competitividade das indústrias catarinenses.

R$ 1,2 bi em PCHs: Outro tema abordado na reunião foi o potencial catarinense para construir PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) e CGHs (centrais de geração hidrelétricas). Nelson Dornelas, da Estelar Engenheiros Associados, informou que, atualmente, estão em construção 20 usinas no estado que totalizam R$ 1,2 bilhão em investimentos. O estado tem a cadeia produtiva completa nessa área, com empresas projetistas, fabricantes de todos os tipos de equipamentos e empreiteiras de obra civil, por exemplo. No entanto, ressaltou que há um potencial muito superior, porém é dificultado pela lentidão na obtenção dos licenciamentos ambientais, além das altas taxas de juros.

No encontro, a especialista da Abrace, Juliana Rodrigues, apresentou os principais resultados de um estudo que mostra os caminhos para a efetiva liberalização do mercado do gás natural tornando-o mais competitivo no Brasil, no contexto do novo mercado de gás, que ganhou novas perspectivas a partir da aprovação da lei do gás em 2020. A Abrace é a associação que representa os grandes consumidores de energia, responsáveis por quase 40% do consumo industrial de eletricidade do Brasil e 42% do consumo industrial de gás natural.

A análise mostra que, para o país chegar num nível adequado de competição e atratividade de investimentos no setor de gás natural, é preciso que a Petrobras deixe de ter os 90% de participação que tem hoje no mercado e chegue a algo em torno de 25%, nos próximos cinco anos. O trabalho foi feito pela consultoria internacional Brattle Group, e contratado por grupo de entidades, entre as quais a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a FIESC e outras associações brasileiras, com o intuito de entender melhor o comportamento nacional do setor e as direções que o país deve tomar nos próximos anos para um mercado mais aberto e competitivo.

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