Entre os dias 25 e 27 de março, a cidade de Urubici se tornou o epicentro de uma importante iniciativa para contribuir com a preservação de parques naturais. O treinamento “Multiplicadores de Educação Ambiental e projeto Escolas Amigas do Parque”, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico Local (IDEL), a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), por meio da Rede DEL Turismo, em parceria com a Bildungswerk der Bayerischen Wirtschaft (bbw), o Ministério para a Cooperação e o Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) e a Fundação para o Desenvolvimento Econômico e Qualificação Profissional (Sequa), além do apoio do Parque Estadual da Baviera e Parque Nacional da Floresta da Baviera, reuniu especialistas do Brasil e da Alemanha para capacitar educadores na criação e implementação de programas voltados à sustentabilidade.
Aline Nandi, coordenadora geral de projetos do IDEL, pontua que a ideia é que esses professores se tornem multiplicadores da educação ambiental nas escolas, contribuindo com a preservação dos parques naturais. “Estamos construindo pontes entre conhecimento e prática, trazendo exemplos internacionais de sucesso e adaptando-os à nossa realidade. A troca de experiências e metodologias está fortalecendo o trabalho de preservação ambiental e o engajamento das comunidades”, disse ela.
Os três dias de evento incluíram visitas técnicas a áreas de conservação e empreendimentos sustentáveis, como o Eco Parque Cachoeira Papuã e o Eco Parque Cascata Véu de Noiva. Também foi possível conhecer como funciona a gestão do Parque Nacional São Joaquim, sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além das experiências dos parques Nacional da Bodoquena e do Estadual de Pipa. Já o treinamento teórico e prático abordou modelos de educação ambiental e gestão sustentável, com foco na estruturação e criação dos programas “Escolas Amigas do Parque” e “Jovens Ambientalistas”. Este modelo, já consolidado na Baviera, foi apresentado por especialistas como Mario Schmid, guarda do Parque Nacional da Floresta da Baviera, Carina Kronschnabl, representante do Parque Estadual da Baviera, e Tereza Raith, do Distrito de Regen, responsável pelas parcerias nos temas de sustentabilidade e turismo.
O programa “Escolas Amigas do Parque” tem como objetivo aproximar estudantes das áreas protegidas, promovendo atividades pedagógicas diretamente nos parques. As escolas participantes desenvolvem projetos interdisciplinares focados em biodiversidade, ecossistemas locais e práticas sustentáveis. Na Baviera, essa iniciativa tem gerado impactos positivos na conscientização ambiental de crianças e jovens, incentivando um senso de pertencimento e responsabilidade em relação à natureza.
“A iniciativa ‘Escolas Amigas do Parque’ transforma alunos em verdadeiros guardiões da natureza. Ela tem como objetivo aproximar estudantes das áreas protegidas, promovendo atividades pedagógicas diretamente nos parques. As unidades escolares participantes desenvolvem projetos interdisciplinares focados em biodiversidade, ecossistemas locais e práticas sustentáveis. Na Baviera, essa iniciativa tem gerado impactos positivos na conscientização ambiental de crianças e jovens, incentivando um senso de pertencimento e responsabilidade em relação à natureza”, explica Andreas Dohle, representante da bbw no Brasil.
Mario Schmid, um dos palestrantes da Alemanha, ressalta a importância da cooperação internacional para a preservação do meio ambiente. “A experiência alemã mostra que a educação ambiental dentro dos parques fortalece a relação entre comunidades locais e a natureza. Estamos aqui para compartilhar nosso conhecimento e aprender também com as práticas brasileiras”, frisa o guarda.
Além disso, foi apresentado o modelo dos “Junior Rangers”, um programa bem-sucedido na Alemanha que incentiva jovens a se tornarem agentes ambientais ativos. Este programa capacita crianças e adolescentes para atuarem como defensores do meio ambiente, ensinando-os sobre flora, fauna e práticas sustentáveis através de experiências práticas dentro dos parques. Os participantes do programa desenvolvem habilidades de liderança, aprendem sobre conservação e participam de atividades educativas ao ar livre.
Segundo uma das professoras participantes, Patricia Heidemann Inácio, foi inspirador e transformador ver como é possível adaptar as experiências para as realidades de cada cidade, assim como ficou ainda mais claro que a educação ambiental tem um papel transformador na relação das novas gerações com o meio ambiente.
“Desde o primeiro dia, pude perceber a importância desse programa para a conscientização ambiental e para a formação de novas lideranças que estejam comprometidas com a preservação da natureza. Durante o treinamento, aprendi mais sobre a biodiversidade local, sobre a importância da conservação dos recursos naturais e também como podemos atuar como agentes de mudança na nossa comunidade. Para mim, essa experiência foi muito especial, pois ampliou minha visão sobre a importância da educação ambiental e despertou ainda mais o meu respeito pelo meio em que vivemos. Eu acho que esse não foi apenas um treinamento, mas também foi um convite para sermos protagonistas do cuidado com o meio ambiente. Eu saio dessa experiência com mais conhecimento, consciência e com a certeza de que pequenas ações podem fazer a grande diferença”, relata a profissional, que é do município de Grão-Pará.
Esse evento reforça o compromisso de diversas instituições e comunidades em integrar educação e sustentabilidade, formando uma rede de multiplicadores que levarão o conhecimento adquirido para suas cidades e escolas. A iniciativa representa ainda, um avanço significativo na construção de uma cultura ambiental sólida e participativa.
“Agora, os próximos passos é estruturar os critérios do programa Escolas Amigas do Parque e Juniors Rangers, e também, definir o cronograma de novas capacitações dos multiplicadores. A ideia é, a partir do segundo semestre, implantar os primeiros pilotos nas unidades escolares, com foco nos municípios do entorno do Parque Nacional de São Joaquim”, finaliza a coordenadora Aline.
Por Mari Lidorio – Comunicação Instituto DEL