Centro de Controle de Zoonoses reativa programa de castrações com unidade móvel e parceria com clínicas veterinárias

Por Luiz Del Moura

A meta é zerar a fila de espera por castrações de cães e gatos da comunidade até o final do ano, podendo chegar a 600 castrações mensais, com duas linhas de frente

Garantir uma vida saudável e segura a cães e gatos, independentemente se vivem pelas ruas ou são comunitários, amenizar a reprodução desenfreada através da castração, ofertada gratuitamente à população, e ir em busca de um novo lar aos animais vítimas de abandono ou maus tratos. Estas são algumas das metas do Centro de Controle de Zoonoses do Município de Lages (CCZ).

Para dar conta da grande demanda, reativar programas e organizar cadastros novos e denúncias, que chegam a toda hora, a equipe se desafia para que um novo ciclo inicie na instituição. A equipe técnica do CCZ conta atualmente com três veterinários e outros estão para chegar através do chamamento do concurso público.

Com foco na reativação do programa municipal de castrações de cães e gatos, na parte administrativa, estão sendo reorganizados todos os cadastros dos protetores de animais que manifestaram interesse neste ano. Uma reunião foi realizada e, até o momento, mais de 78 protetores já levaram seus documentos para análise e posteriormente serem habilitados pelo Município.

Outra novidade para este ano, é a habilitação de clínicas veterinárias que desejem participar do programa, realizado em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde. A princípio, duas clínicas já aderiram, mas o edital permanece aberto até o final do ano para outras clínicas que queiram participar.

O edital completo, contendo todas as informações necessárias para participação no processo de credenciamento, está disponível para consulta e download no site oficial da Secretaria de Saúde de Lages. O credenciamento das clínicas se dará mediante análise dos documentos e da capacidade técnica para realização das cirurgias.

O procedimento de castração estará disponível, além dos protetores cadastrados, também para a comunidade. A intenção é, a partir de junho reativar o castramóvel que passará pelos bairros, cumprindo um cronograma feito pelo CCZ, conforme a demanda, rodando a cidade toda.

As pessoas interessadas em esterilizar seus animais de estimação, devem se dirigir até a Unidade Básica de Saúde do seu bairro e fazer o cadastro. Serão esterilizados cães e gatos machos, saudáveis e de até dez quilos, sem raça definida. “O funcionamento do castramóvel, a partir de agora será de responsabilidade das clínicas veterinárias que estiverem cadastradas. Isso será muito bom, pois vai liberar e equipe do CCZ para fazer outras cirurgias e diminuir a demanda de animais que precisam do procedimento. Nosso sonho é, até dezembro, zerar a fila de animais cadastrados que estão na lista de espera. Temos a meta de conseguir castrar de 600 a 800 animais por mês”, afirma a executiva do CCZ, Katsumi Yamaguchi.

Todos os animais do CCZ são castrados e microchipados

No Centro de Controle de Zoonoses, todos os animais acolhidos, ou cães comunitários que foram recolhidos e depois serão devolvidos, são castrados e microchipados emergencialmente. “Infelizmente existe ainda uma ideia de que a castração é prejudicial para o animal, mas é totalmente o contrário. Animais castrados conseguem seguir uma vida mais saudável e com mais segurança, e principalmente evitando abandono dos filhotes nas ruas”, diz Katsumi.

Recentemente foi realizado um mutirão de castração de cães e gatos, atendendo a demanda dos protetores cadastrados no ano passado. Somente gatos, chegou a um total de 60 animais esterilizados. “O CCZ é um ambiente contaminado com muitas doenças contagiosas, como a parvovirose e cinomoses, que representam perigo para os outros animais que chegam. O período para que essas doenças descontaminem o terreno é de cinco anos, mas neste rodízio não temos como esperar. Por isso nossa preocupação de eles não ficarem muito tempo aqui, e que o local seja transitório. Claro que, casos especiais, como animais em tratamento medicamentoso, permanecem por mais tempo. Também tem o tempo de adaptação e avaliação comportamental, antes de encontrarem um novo lar”, explica Katsumi.

Denúncias de maus tratos são constantes

O CCZ recebe muitas denúncias de maus tratos, chegando a dez ligações em um único dia. A equipe realiza a visita in loco, mediante Boletim de Ocorrência. O fiscal de meio ambiente faz a constatação e, se necessário o animal é resgatado, acolhido pela instituição, e o tutor é notificado. Caso seja necessário, será feito o acompanhamento veterinário para tratamento do animal doente ou que esteja machucado.

Em casos graves de agressão, os animais são retirados dos seus tutores e encaminhados para adoção. “Felizmente temos muitos animais retirados de condições deploráveis, ou casos de abandono, que encontram um novo lar. Para receber os novos, precisamos liberar espaço”, afirma.

Atualmente são cerca mais vinte cães, entre filhotes e adultos, disponíveis para adoção. Para adotar, precisa apresentar documentos pessoais e comprovante de residência. “Nossa missão é conscientizar a população sobre as atribuições do CCZ. Nossa obrigação não é a de recolher os animais das ruas, e nem teríamos estrutura suficiente para isso, mas de garantir que eles estejam saudáveis, sejam comunitários ou não. Os que precisam de atendimento, recebem assistência, para que possam encontrar lares seguros e não voltem para as ruas”, finaliza Katsumi.

 

Texto: Aline Tives

Fotos: Fábio Pavan

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