Lages conta com oito unidades dos containers, espalhados por regiões estratégicas da cidade, com objetivo de incentivar a população a separar o lixo reciclável
Os ecopontos são containers preparados e destinados à entrega voluntária de resíduos sólidos por parte da população. Lages conta com oito estruturas que estão posicionadas em locais com maior fluxo. O objetivo é incentivar a população a participar mais da coleta seletiva, dando uma destinação correta e diminuindo a emissão deste tipo de material ao aterro sanitário.
Um deles foi instalado em frente ao ginásio Jones Minosso, no bairro Universitário; outro em frente à praça do ginásio Ivo Silveira; o terceiro está ao lado da unidade de saúde do bairro Araucária; o quarto é anexo ao Guarujá Social, na avenida 31 de Março; o quinto ecoponto fica no bairro Bela Vista, em frente à unidade de saúde; o sexto ao lado da Associação de Moradores do bairro Petrópolis; o sétimo está localizado no Centro, em frente à quadra de esportes da rua São Joaquim e o oitavo container fica ao lado da unidade de saúde do bairro Santa Mônica.
O ecoponto é um sistema de recolhimento de lixo reciclável com divisórias para materiais específicos. O container é dividido em compartimentos coloridos, sendo o amarelo para depósito de alumínio e metal, a parte vermelha para o plástico, o azul para papel e papelão, no verde para vidro e na parte laranja pilhas, baterias e outros materiais eletrônicos.
Os próprios moradores das regiões onde estão instalados os ecopontos depositam seus materiais, separados de acordo com cada marcação. Várias cidades já utilizam o ecoponto e serviram como modelo para Lages.
Cooperativa de reciclagem faz o recolhimento dos materiais
O recolhimento e destinação correta dos materiais são de responsabilidade da Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Lages (Cooperlages) e da empresa Eco Centro Sul, que trabalha com materiais eletrônicos descartados. A coleta é feita duas vezes na semana, ou conforme a quantidade de lixo depositada nos containeres.
Cada retirada é de aproximadamente 500 quilos de materiais, totalizando mil quilos por semana, de cada uma das unidades, ou seja, são recolhidos oito mil quilos de materiais recicláveis por semana de todos os ecopontos da cidade. Esse total salta para aproximadamente 32 toneladas de materiais recolhidos mensalmente.
Quanto à capacidade de armazenamento, cada unidade conta com cinco contentores, com capacidade máxima de 300 quilos cada, totalizando o depósito de até 1.500 quilos de materiais em cada ecoponto.
A população precisa ficar atenta aos materiais permitidos, não podendo ser depositado lixo orgânico. Este tipo de resíduo é recolhido pelos caminhões da coleta domiciliar, através de empresa terceirizada que leva até o aterro sanitário.
Paralelo aos ecopontos, o trabalho da coleta seletiva continua sendo feito pela cooperativa, que conta com o apoio da prefeitura, através da Semasa. Os caminhões passam por todos os bairros recolhendo os materiais recicláveis separados pela população, conforme cronograma próprio.
Separação correta dos materiais contribui com o trabalho
Uma das maiores dificuldades por parte da cooperativa na hora do recolhimento e separação dos materiais depositados é se deparar com a mistura de resíduos orgânicos ou materiais que não podem passar pelo processo de reciclagem.
Por isso, é de extrema importância a colaboração da população na hora de deixar seus materiais no ecoponto. “A adesão da comunidade está muito boa. Acreditamos que exista uma satisfação por parte dos moradores, pois a maioria entendeu o propósito do ecoponto e leva seus materiais em grande demanda, colocados de forma correta nos contentores internos, ajudando na retirada dos materiais. Nosso maior desafio são as pessoas em situação de rua que entram nos containers e muitas vezes acabam dormindo dentro da estrutura, dificultando o trabalho”, comenta o Assessor de Saneamento e Operações da Semasa, Adilson Jardim.
Você sabe separar o lixo corretamente?
Todos os dias geramos uma enorme quantidade de lixo. Mas, infelizmente, somente uma pequena parcela é destinada à reciclagem. Adotar este hábito diminui os impactos ambientais, mas também é preciso saber separar corretamente o lixo, pois nem tudo pode ser reciclado.
Guardanapo com gordura ou batom, não é reciclável. Caixa de pizza ou hambúrguer se estiver suja com gordura, também não. Lavar as embalagens antes de descartar impede o mau odor e a contaminação do lixo ao longo do seu trajeto. Isso ajuda a diminuir os riscos de doenças por parte dos trabalhadores que recolhem e manuseiam o material descartado. E quanto mais compacto for o volume do lixo, mais fácil e sustentável será seu transporte e estocagem. Por isso, amassar as embalagens também é uma ótima iniciativa.
Prefira manter a tampa da garrafa sempre juntos para que não se percam no caminho. No caso das garrafas plásticas, isso evita que elas voltem ao tamanho original depois de amassadas. Quanto à tampa de metal da garrafa de vidro, não se preocupe. Na cooperativa, o metal é separado do vidro com um imã. Em todas as situações, a prática impede o acúmulo de água caso as embalagens sejam expostas à chuva e sirvam como criadouros de mosquitos que causam doenças.
Uma dúvida frequente é se o isopor é reciclável. E a resposta é sim. O isopor é um plástico inflado e 100% reciclável. Ao descartá-lo na lixeira destinada aos plásticos, garanta que esteja limpo e não contenha partes metálicas, adesivos ou papel. Isso evita prejuízo à máquina que retira o ar presente em seu interior e o prepara para a reciclagem.
Apesar de ser reciclável, o material é bem pouco reciclado no Brasil, apenas 34% do total produzido no país tem esse fim. Além disso, ele nunca volta a ser isopor. O destino é sempre para novas aplicações em diferentes segmentos.
Quando descartado corretamente, o isopor pode ser reciclado de diferentes formas: na reciclagem energética, para produção de energia elétrica térmica; na reciclagem mecânica, para fabricação de novos objetos de plástico e na reciclagem química, para fabricação de colas, solventes e, inclusive, sola de calçados.
Texto: Aline Tives
Fotos: Arquivo